A Câmara Municipal de Penafiel atribuiu, ontem, nas cerimónias do 3 de Março, que assinalaram os 253 anos de elevação a cidade, três medalhas de ouro da cidade e seis medalhas de mérito municipal douradas.

A mais alta distinção do Município, que reconheceu o “notável percurso de vida” e os “relevantes serviços que prestaram à comunidade”, contribuindo para “o engrandecimento da nossa terra de Penafiel”, foi entregue da António Sousa Alves, sacerdote há 50 anos, a Albino Silva, também pároco há 50 anos, e a António Arlindo Alves, “pelos relevantes serviços prestados à comunidade penafidelense, em especial no domínio da cultura e por toda a sua dedicação ao concelho de Penafiel”. São agora “cidadãos honorários” de Penafiel.

Foram ainda entregues medalhas de mérito municipal douradas “sobretudo no domínio desportivo e quase sempre representando o maior emblema desportivo da cidade e do concelho, o Futebol Clube de Penafiel”, para reconhecer os feitos e conquistas de Epifânio Manuel da Silva, mais carinhosamente conhecido por Bábá; Joaquim Pinto Cerqueira; José João Pinto Moura, Jota Jota e Alípio Vasconcelos dos Santos Monteiro.

Quatro penafidelenses que formaram uma banda – os Aftas – foram também distinguidos. E a autarquia homenageou ainda “um grande cidadão do país e que tem estado sempre solidário com as iniciativas realizadas pelo nosso Município, em especial o Dia dos Avós, mas também eventos como o Festival Literário Escritaria e a Agrival”, Manuel Rui Azinhais Nabeiro, que não esteve presente por questões de saúde, mas deixou uma mensagem.

“Sabemos que o passado é passado e não volta. Mas também sabemos e temos bem presente que é importante honrar, respeitar e aprender com o passado para melhor projectar o futuro. E nós sabemos ser gratos e reconhecidos a quem no passado, de forma desinteressada e desprendida, se dedicou com tanta paixão a este nosso concelho”, disse o presidente da Câmara Municipal, Antonino de Sousa.

Lembrou ainda que este percurso de cidade, com 253 anos, “com percalços, com muitas glórias, com muitas alegrias e também com algumas mágoas”, foi sempre “feito com determinação, com orgulho e com elevado sentido de responsabilidade”. É “um percurso rumo a uma cidade e a um concelho cada vez mais desenvolvido e capaz de proporcionar mais e melhor qualidade de vida para as suas gentes”, acrescentou o autarca.

Conheça os homenageados

MEDALHAS DE OURO DO CONCELHO DE PENAFIEL

António de Sousa Alves

Filho de Luís Vieira Alves e de Olinda Rosa de Sousa, agricultores, nasceu na freguesia da Capela, no concelho de Penafiel, no dia 17 de Setembro de 1945. Concluiu a Escola Primária em Junho de 1956 e seria normal, naquele tempo, ingressar no mundo do trabalho. No entanto, a sua Professora da Primária e o Pároco local animaram os Avós maternos, encarregados de educação, a prosseguir os estudos.

Foi admitido no Colégio de Ermesinde no dia 7 de Outubro de 1957, no l.º ano, sendo que os 2.º e 3.º anos foram feitos no Colégio de Trancoso (Vila Nova de Gaia); os 4.º, 5.º, 6.º e 7.º anos, no Seminário de Vilar, e o 8.º ano (propedêutico) e a Teologia, no Seminário Maior do Porto. Após terminar Teologia, fez um estágio pastoral com Jovens, enquanto Teólogo, e escolheu Penafiel por ser mais familiar. Leccionou aulas da disciplina de Moral na Escola do Magistério Primário de Penafiel, que abriu portas em 1971.

Foi ordenado presbítero no dia 12 de Março de 1972, na Catedral do Porto e celebrou “Missa Nova”, na freguesia da Capela.

Recebeu a provisão de pároco de Moure e Pinheiro (Felgueiras), onde entrou no dia 7 de Janeiro de 1973 e em Janeiro de 1974, fez Curso de Capelães, que se realizava na Academia Militar. No ano de 1978, recebeu nova Provisão para pároco de Meinedo e Pias, Lousada, onde esteve 21 anos. A 28 de Setembro de 1999 fez o pedido de mudança para a paróquia de Paço de Sousa e Oldrões, onde permanece desde janeiro de 2000. Em 2006, pela morte do Padre António Pimentel, foi-lhe entregue a paróquia de Rans, encontrando-se nos dias de hoje ao serviço das três paróquias.

A 12 de Março de 2022 assinalou 50 anos de vida sacerdotal.

Em Oldrões, ajudou na criação do Centro Social e Paroquial Santo Estêvão de Oldrões, sendo o Presidente desta Instituição de Utilidade Pública.

Albino da Silva

Nasceu a 19 de Novembro de 1939 e é natural de Silvares, Lousada.

Entrou no seminário da Congregação do Espirito Santo de Godim, Régua, em Outubro de 1953. De 1969 até 1971, estagiou no Seminário de Jau Sá da Bandeira, em Angola. A 16 de Abril de 1972, foi ordenado padre em S. Domingos de Rana, Oeiras. Entre 1972 e 1974, foi Professor no Seminário de Godim, Régua. De 1975 a 1976, exerceu o ministério sacerdotal em Moçamedes, Angola.

De Julho de 1976 a Fevereiro de 1979, foi Pároco nas Freguesias de Candemil, Ansiães, Bustelo e Várzea no concelho de Amarante. A 11 de Março de 1979, iniciou a sua actividade sacerdotal na Paróquia de S. Vicente de lrivo, Penafiel, onde ainda hoje continua a exercer as suas funções, já lá vão 44 anos.

A 16 de Abril de 2022 assinalou 50 anos de vida sacerdotal.

Padre Albino da Silva é também Presidente do Centro Social Paroquial Imaculado Coração de Maria, Instituição de Utilidade Pública desde 8 de Setembro 1998. Iniciou a sua missão com os idosos, nas instalações da antiga residência da freguesia e com a sua dedicação e trabalho, em conjunto com a comunidade, iniciou e inaugurou o novo edifício.

António Arlindo da Cruz Alves

Nasceu em Penafiel a 15 de Fevereiro de 1951.

Na sua juventude foi dirigente da Acção Católica, principal responsável pelo concelho de Penafiel, tendo desenvolvido grande actividade na mobilização dos jovens para a problemática da doutrina social da Igreja no Pós Concílio Vaticano II e participou activamente em inquéritos para suporte das várias semanas de estudo em que se envolveu, promovidas por aquela estrutura juvenil.

Com outros jovens, fundou o “Grupo”, associação que se dedicou a organizar espectáculos de teatro, poesia e variedades, com forte incidência de crítica social e de costumes.

Cumpriu serviço militar aquando do 25 de Abril de 1974, tendo participado nas várias movimentações de apoio ao novo regime e na organização das primeiras eleições democráticas. Posteriormente, desenvolveu actividade como autarca na Assembleia Municipal e na Freguesia de Duas Igrejas, onde reside.

Em 1973, colaborou na fundação do Centro Cultural Penafidelis e desenvolveu intensa actividade na organização de eventos desportivos e culturais, com destaque na organização e realização das escavações do Monte Mozinho, evento onde se manteve por vários anos.

Foi dirigente do Grupo Cénico Alma Juvenil, sendo autor e encenador de vários espectáculos com destaque para “O Casamento de Dona Prófia”, que foi exibido em Penafiel e nas festas da Vila de Paço de Sousa. Com o patrocínio do mesmo grupo, escreveu e organizou durante alguns anos o “Serrar da Velha” e o concurso “Estrelas do Passado”.

Com o surgimento das rádios locais foi responsável por programas como o “Viagens na Nossa Terra”, “Coisas do Quotidiano”, “História e Histórias”, com destaque para os temas referentes a Penafiel e “Andanças”, verdadeiro levantamento da vida política, cultural e social do nosso concelho. Colaborou igualmente na organização do “Festafidelis” e outras iniciativas promovidas pela RCP.

Na comunicação social, foi Director do Jornal “Notícias de Penafiel”, promovendo uma forte cobertura da realidade diária da comunidade penafidelense, destacando-se a sua acção na oposição à nova lei do Registo dos Nascimentos. Escreveu e publicou as “Recordações” com destaque para as figuras e acontecimentos da nossa terra.

Foi autor e realizador do “Conhecer Penafiel”, programa de visitas guiadas ao património, desenvolvido em parceria com a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia.

Durante alguns anos da década de noventa, desenvolveu a actividade de animador cultural no INATEL, sendo o seu programa adoptado a nível nacional, o que lhe valeu o convite para ser o orador principal no Encontro Nacional de Animadores, realizado no Hotel do Luso.

No desporto, além de ter sido atleta do Futebol Clube de Penafiel e ter organizado torneios de futebol de salão para várias faixas etárias, foi um dos fundadores do Futebol Popular Concelhio, que também apoiou na divulgação.

Organizou e participou, com trabalhos próprios, em várias exposições de pintura e iniciou a publicação da sua obra poética com o livro “A Sombra que não subiu a Rua”. Na sua actividade literária tem escrito prefácios e apresentado obras de escritores penafidelenses.

Foi igualmente um dos fundadores do “Bosque dos Avós”, iniciativa destinada a mobilizar a faixa etária correspondente para a florestação da Serra do Marão e promoção das gentes, património e produtos da sua zona envolvente.

Atualmente, é Vice-presidente da ARTCOSTA, Associação dos Amigos da Artilharia de Costa Portuguesa, da qual foi um dos principais fundadores e onde desenvolve grande atividade no estudo, divulgação e protecção do património histórico, construído nas margens dos rios Tejo e Sado, destinado à defesa militar da cidade de Lisboa.

MEDALHAS DE MÉRITO MUNICIPAL DOURADAS

Manuel Rui Azinhais Nabeiro

É natural de Campo Maior, terra do alto Alentejo. Nasceu a 28 de Março de 1931, no seio de uma família humilde, mas dedicada ao trabalho, e desde pequeno habitou-se a ajudar os pais no sustento da casa.

Começou muito jovem a trabalhar na torrefacção de café da família. Rui Nabeiro tinha apenas 19 anos quando assumiu a direcção da Torrefacção Camelo, Lda.

Em 1961 criou a Delta Cafés que daria origem a um grupo empresarial que hoje é líder no mercado dos cafés em Portugal e que cresce, paulatinamente, nos mercados internacionais.

Em 1963 foi Vereador, Vice-Presidente e Presidente interino da Câmara Municipal de Campo Maior. Homem de muitas e variadas causas, Rui Nabeiro assumiu em 1972 a Presidência da Câmara Municipal de Campo Maior, cargo que retomaria, entre 1977 e 1986.

O Grupo Nabeiro – Delta Cafés nasce em 1988, contando, actualmente, com mais de duas dezenas de empresas e com intervenção directa em áreas tão diversas como a agricultura e vitivinicultura, distribuição alimentar e de bebidas, retalho automóvel, comércio imobiliário e hotelaria.

Em Junho de 1995, foi distinguido com o Grau Comendador da Ordem do Mérito Empresarial, Classe Industrial e onze anos depois, a Universidade de Évora concedeu-lhe o Grau de Doutor Honoris Causa.

Em Janeiro de 2006 foi-lhe atribuída a Gran Cruz da Ordem do Infante D. Henrique e em 2009, recebeu uma das maiores distinções atribuídas pelo país vizinho. Por indicação de Sua Majestade, Don Juan Carlos, Rei de Espanha, foi honrado com a notável insígnia – A Comenda da Ordem de Isabel a Católica.

Em Junho 2011 foi nomeado Cônsul Honorário de Espanha em Elvas e agraciado com a Medalha da Extremadura, atribuída pelo Governo desta região espanhola. Seguiu-se em 2012, novo Doutoramento Honoris Causa em Ciências Políticas, atribuído pela Universidade Lusófona.

No ano de 2021, o Comendador Rui Nabeiro recebe A Medalha da Cidade de Coimbra, a Medalha de Honra da Cidade de Lisboa e a mais alta distinção honorífica do município de Vila Nova de Gaia.

Em Junho de 2022 a Universidade de Coimbra, sob proposta da Faculdade de Economia, atribuiu a Rui Nabeiro o Doutoramento Honoris Causa, pelo seu indiscutível mérito profissional e qualidades humanas que constituem uma referência inspiradora para toda a sociedade.

No mesmo ano, foi condecorado pelo Exército com a Medalha de D. Afonso Henriques – Mérito do Exército, 1.ª classe e agraciado com o Globo de Ouro de Mérito e Excelência – SIC, outorgado pela estação televisiva SIC.

Rui Nabeiro é um empreendedor nato, é considerado um dos grandes empresários portugueses de sucesso notável no panorama económico de Portugal e é igualmente reconhecido como um caso sério de envolvimento humanitário e de responsabilidade social. Ao longo dos últimos anos, Rui Nabeiro tem colaborado, através das empresas do grupo Delta Cafés, com inúmeros eventos organizados em Penafiel, dos quais se destacam o Dia dos Avós, a Agrival e o Festival Literário Escritaria.

Pelo seu trabalho empresarial, social e filantrópico, tem-se revelado um cidadão notável no panorama económico e social e tem prestado relevantes serviços ao concelho de Penafiel.

Epifânio Manuel da Silva

Mais carinhosamente conhecido por Bábá, nasceu 6 de Janeiro de 1955,na Guiné-Bissau, filho de Geralda da Mata e Manuel Silva Júnior.

Chegou a Portugal a 10 de Setembro de 1976, rumando ao Boavista Futebol Clube, tendo sido emprestado pelo mesmo clube ao Clube Desportivo Arrifanense, de Santa Maria da Feira.

Em 1977 vai jogar para Paços Brandão, e devido a uma excelente prestação que teve num jogo contra o Penafiel, marcando dois golos, acabaria por ficar debaixo do olhar atento do então Presidente do Penafiel, António Gomes.

No ano seguinte foi para Santa Maria de Lamas, tendo sido o melhor marcador, e é assim que em 1979 chega a Penafiel, aposta de Luís Miguel, então treinador e de António Gomes, Presidente.

Nesse mesmo ano, o Futebol Clube de Penafiel sobe à 1.ª divisão, pela primeira vez na sua história, marcando uma nova época de maior visibilidade para o Clube. Jogou quatro épocas na 1.ª Divisão e 2 épocas na 2.ª Divisão.

Em 1982/83 vai para o Espinho, regressando novamente a Penafiel em 84/85, já com formação de Treinador.

Em 1986/87 junta-se ao Covilhã, onde se sagra campeão nacional da 2.ª divisão. Passou ainda por Paços de Ferreira, Celorico de Basto e Rebordosa.

Inicia a carreia de treinador, em 1994, no Clube Desportivo Arrifanense, elevando o clube para a 2.ª Divisão.

Quando António Oliveira assume a presidência do clube, no ano de 2003, Babá regressa a Penafiel, não como jogador mas como “scouting” e treinador de formação, sagrando-se bicampeão sub-10, e mantendo-se no clube até aos dias de hoje.

Joaquim Pinto Cerqueira

Nasceu em Penafiel a 29 de Novembro de 1948, onde viveu toda a sua infância com os seus pais e seis irmãos.

Seria em Penafiel que iria exercer toda a sua actividade profissional, na extinta e prestigiada casa de fazendas “Fortes e Companhia”, durante 50 anos.

Em criança, sempre demonstrou muito gosto e habilidade para jogar futebol e aos 18 anos surge a oportunidade de jogar no escalão de Júnior no Clube do seu coração, o Futebol Clube de Penafiel.

Na época 1967 /1968 ingressa na equipa sénior onde se previa o início de uma carreira promissora.

Em 1969/1972, como qualquer jovem português no cumprimento da sua obrigação militar, cumpre serviço em Aveiro, Leiria e Amadora.

Jogou como profissional até à época de 1974/1975, mas quis o destino que um acidente grave num treino o tenha impedido de continuar a jogar futebol a este nível e de assinar um contrato para jogar no Vitória de Guimarães.

Mas o seu amor ao Futebol Clube de Penafiel levou-o a treinar as Camadas Jovens, tendo mesmo chegado a alcançar algumas finais em competições da Associação de Futebol do Porto. Em simultâneo, treinou também outros clubes distritais tais como: Livração, Cete, Paço de Sousa, Sobreirense e Rebordosa.

José João Pinto Moura

Jota Jota para os seus amigos mais queridos, nasceu no dia 29 de Julho de 1950, em Penafiel, filho do casal Isabel Ferreira Pinto e António Cândido da Silva Moura.

A infância foi marcada por dificuldades e pela trágica e morte de sua mãe, que deixa quatro filhos menores a cargo do pai.

Ingressa na escola primária Conde Ferreira, com sete anos e prossegue os estudos em período noturno, após o que inicia a sua vida profissional, aos 14 anos, como aprendiz de mecânico.

A sua habilidade inata para o futebol, leva-o a prestar provas no Futebol Clube do Porto mas, o seu compromisso com a família, não lhe permitiu aceitar o convite para representar aquela instituição. Representa a União de Paredes e mais tarde ingressa no Futebol Clube de Penafiel, onde mostrou todo o seu talento.

Com 20 anos é destacado para Leiria e mais tarde para Queluz, período no qual é chamado à selecção militar, que se destacava pela elevada qualidade técnica dos seus jogadores.

Casa com Palmira Adriana de Moura Teixeira, com quem prossegue, orgulhosamente, a cumplicidade matrimonial iniciada a 17 de Outubro de 1971.

A Dezembro do mesmo ano é mobilizado para Macau, onde é convocado para todas as selecções existentes, tendo representado a selecção de Macau em Hong-Kong, Malásia, Singapura e Bangkok.

Regressa ao continente após o 25 de Abril e volta a prestar provas no Futebol Clube do Porto, mas não chega a acordo com o clube e assina pelo Futebol Clube de Penafiel. Como jogador de futebol, representa ainda o Paço de Sousa, Vila Meã e Marco de Canaveses.

Entretanto inicia as suas funções na Câmara Municipal de Penafiel.

Paralelamente, dá voz ao seu talento natural para a música e inicia uma vida intensa de sucesso na pele de cantor, tendo actuado com várias figuras da música nacional, nomeadamente com Amália Rodrigues, José Cid, Marco Paulo, entre outros.

Liderou vários agrupamentos musicais, promovendo espectáculos de norte a sul de Portugal, e no estrangeiro, nomeadamente no Brasil, Paraguai, Hong-Kong, Singapura, Malásia, Bangkok e Macau, levando sempre Penafiel no coração, divulgando a sua terra amada, por todo o país e estrangeiro.

Orgulhosamente dá voz ao hino do Futebol Clube de Penafiel, com arranjo musical da sua autoria e letra do professor Albano Morais.

Pai de quatro filhos, avô de dois netos, reside na Avenida Gaspar Baltar, da sua amada cidade de Penafiel, a quem, de forma descomprometida, mas séria, dedicou toda uma vida de trabalho e entrega pessoal.

Alípio Vasconcelos dos Santos Monteiro

Nasceu a 1 de Outubro de 1941 na cidade de Matosinhos.

Ingressou nas camadas jovens do Futebol Clube do Porto em 1959, com 18 anos de idade, onde fez parte da selecção nacional de juniores, tendo sido campeão nacional em 1960.

No ano de 1961, integrou a equipa principal do Futebol Clube do Porto onde permaneceu como defesa central até 1966. Teve como treinadores o Otto Glória e José Maria Pedroto. Foi ainda pretendido pelo Sport Lisboa e Benfica, mas o Futebol Clube do Porto não permitiu a sua contratação.

Acabaria por iniciar a época de 1966 no Sporting Clube de Braga até 1969.

Casou a 16 de jJunho de 1968, na cidade de Braga, e fruto desse casamento nasceram dois filhos.

Em 1970 assinou contrato com o Futebol Clube de Penafiel, tendo o clube subido de divisão da 3.ª nacional para a 2.ª nacional, onde permaneceu até 1975.

Com 34 anos, deu por terminada a sua carreira futebolística como jogador, sendo que ainda hoje se mantém sócio deste Clube.

Posteriormente treinou os clubes de Lousada, Marco de Canaveses e Rebordosa.

Em 1985, iniciou actividade profissional na empresa EDP – Eletricidade de Portugal, como electromecânico no Centro de Produção Douro, nas barragens de Carrapatelo, Torrão e Crestuma – Lever, durante 37 anos, tendo-se reformado com 70 anos de idade.

Reside em Penafiel há 52 anos, e hoje, com 81 anos de idade, usufrui de boa saúde, na companhia da sua esposa.

Banda “Os Aftas”

Em 1965 três jovens penafidelenses, com idades entre os 16 e os 17 anos, juntaram o seu gosto pela música e formaram a banda os “Aftas”.

A banda era composta pelo viola solo, José Alberto Guerra Pinto, como viola o Alberto Carlos Fernandes Couto, como baterista o José Manuel Oliveira Sousa Peixoto e como viola baixo, António Manuel Freire.

A primeira actuação teve lugar nas festividades em honra de Santo António que se realizavam nas instalações da antiga garagem Egas Moniz, com um natural reduzido repertório.

Seguiu-se uma actuação no Grande Hotel do Gerês, num baile comemorativo do aniversário da sua fundação.

Mais actuações aconteceram, entre outras, na Régua no Baile das Vindimas, no Porto na atribuição dos troféus Pinga, em Valongo na “boite” Vale, na Curia no Grande Hotel, altura em que se juntou aos “Aftas” Miguel Graça Moura como organista, que mais tarde se notabilizou como maestro da Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Durante o ano de 1967 realizaram três espectáculos no Cine Teatro S. Martinho, com mais de setecentos lugares sempre com lotações esgotadas.

De Bragança à Nazaré, passando por eventos de diversa índole, os Aftas eram convidados e associados a Penafiel e às suas gentes.

Destaca-se a actuação no baile mais icónico do norte de Portugal, a Festa do Lago, para o qual eram convidados os conjuntos que mais se destacavam no panorama musical do país, que acontecia na nossa terra no segundo sábado de Setembro.

Os Aftas acabariam por não gravar uma vez que não se preocupavam minimamente com o futuro, tendo sempre encarado esta incursão na música com total amadorismo, quer por terem diversas responsabilidades familiares, quer porque sabiam que o serviço militar estava à porta e seria inevitável a mobilização, como veio a acontecer, para a guerra colonial.

No fundo, os Aftas fizeram o seu percurso pelo desafio, pela paixão pela música e para se divertirem.

Nota: Os currículos dos homenageados fazem parte da proposta aprovada e são responsabilidade da Câmara Municipal de Penafiel