É desta que o lema “Não há mistério, é Paupério” se cumpre integralmente. A história dos 142 anos da fábrica de biscoitos de Valongo e as histórias que dela fazem parte, incluindo as familiares, já estão em livro e podem ser devoradas, acompanhadas, claro, dos bons biscoitos. “O Nome do Biscoito é Paupério” tem 264 páginas “para ler e chorar por mais”. Aqui só não são reveladas receitas!

A obra que resulta de uma profunda investigação do historiador valonguense Paulo Caetano Moreira, com a parte mais recente da vida da Paupério a ser narrada pela jornalista Dora Mota, a quem coube também a coordenação editorial, e com fotografia de Ricardo Meireles, foi apresentada quarta-feira, 6 de Janeiro, em Valongo, numa tertúlia com casa cheia. Além dos autores, estiveram presentes Eduardo Sousa, actual admninistrador da Paupério, e Álvaro Reis Figueira, seu tio. Aos deliciosos ingredientes da noite foi ainda acrescentada a presença de Germano Silva.

Marco histórico no concelho

IMG_1815Salientando que a Paupério, empresa familiar que vai na sexta geração, representa um “marco histórico” no concelho, Eduardo Sousa, bisneto do fundador, Joaquim Carlos Figueira, contou que o livro para além de assinalar os 142 anos da empresa é “mais uma segunda apólice do primeiro seguro do espólio documental”, feito em 2007 quando parte foi entregue à guarda do Arquivo Municipal de Valongo. É do conhecimento geral que a Fábrica Paupério nasceu em 1874 quando dois amigos e vizinhos decidiram criar uma fábrica de pão e biscoitos, aproveitando as farinhas moídas pela força da água na serra de Valongo e que da união entre Paupérios e Figueiras, ficaram os segundos com o negócio e este com o nome dos primeiros.

O fim de alguns mitos

IMG_1823O que até agora ficaram desconhecidos foram vários pormenores da história, alguns deles que podem, inclusive, contrariar o que até agora tem sido contado. É o caso da história em redor da criação da Tosta Rainha. Se para Eduardo Sousa, esta surgiu em 1886 a pedido da rainha D. Amélia, que queria uma tosta doce para presentear o príncipe D. Carlos, para o historiador Paulo Moreira, esta terá surgido antes, em 1877 e por isso teria sido criada para satisfazer um pedido da rainha D. Maria de Saboia.

São mais de 260 páginas que contam a história da empresa, mas também a história da família que cresceu e se desenvolveu em redor da moagem e do fabrico artesanal de pão e biscoitos, retratando os tempos bons e menos bons da fábrica que atravessou tempos de grandes mudanças, mantendo o fabrico artesanal de um total de 40 veriedades de bolachas e biscoitos, não esquecendo o bolo-rei e o pão de ló.

O livro poderá ser adquirido numa das lojas da Paúpério, situadas em Valongo, Rio Tinto e no Mercado do Bom Sucesso, no Porto. A partir desta semana estará também disponível nas lojas de “A Vida Portuguesa”.