Foto: André Sena Alves

Celebrar as profissões ligadas à madeira e aos móveis e perpetuar as memórias, as artes e o saber-fazer de profissionais como os marceneiros, entalhadores, torneiros, estofadores, polidores, carpinteiros, escultores de madeira e até das antigas carreteiras é o objectivo do FAMP – Festival de Artes em Madeira de Paredes que vai decorrer durante o ano de 2022.

Trata-se de um projecto de “valorização das artes da madeira”, cujo ponto alto será uma bienal, entre 24 de Setembro e 9 de Outubro, que juntará a tradição do concelho a várias expressões artísticas.

As iniciativas a realizar, para vários públicos e de entrada livre, terão como foco a dinamização cultural e turística e vão desde um livro com memórias dos “mestres da arte de trabalhar a madeira”, até um programa de animação cultural e turística baseado nas artes em madeira, passando pela bienal e pela dinamização de acções de envolvimento e capacitação, entre outras.

“A indústria de mobiliário é, sem dúvida, a grande marca identitária e diferenciadora do concelho de Paredes. Paredes é o maior centro produtor de mobiliário do país. Nas várias zonas industriais do concelho estão sediadas algumas de melhores e mais inovadoras indústrias de mobiliário de referência e nível mundial”, sustenta o presidente da Câmara de Paredes.

“Quisemos homenagear paredenses que nos orgulham, pois não podemos deixar esquecer uma memória colectiva ligada o mobiliário, ‘bandeira desta terra’, como são as artes e os artífices em madeira, que com a sua paixão, determinação, resiliência e coragem deram o grande impulso inicial à história da maior indústria no nosso concelho”, acrescenta Alexandre Almeida.

O Festival de Artes em Madeira está em tudo ligado ao projecto, também já anunciado, que visa transformar o Mosteiro de Vilela em Museu do Mobiliário e das suas Artes e Artífices.

Roteiro dará a conhecer percursos turísticos no âmbito do turismo industrial

O Festival é organizado pela Câmara Municipal de Paredes e vai resultar num investimento de cerca de 250 mil euros, sendo financiado pelo NORTE 2020 e FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.

Tem como objectivo “homenagear e enaltecer o trabalho dos ‘Mestres de Paredes’ que marcam a identidade de um concelho que se assume como “principal produtor e exportador de mobiliário português” e pôr os jovens a valorizar este legado.

A programação arranca, já a 16 de Março, com a apresentação do livro “Artes em Madeira de Paredes: Alma, Esforço e Engenho”, resultado do estudo e registo do património associado às artes em madeira do concelho, na Bolsa de Turismo de Lisboa, sendo apresentado em Abril em Paredes.

“Numa segunda fase deste projecto será apresentado um programa de animação turística baseado nas artes em madeira, incluindo um roteiro que dará a conhecer percursos turísticos no âmbito do turismo industrial”, refere a autarquia. “O FAMP – Festival de Artes em Madeira de Paredes relaciona um vasto património cultural (material e imaterial) que, ao longo deste ano, será dado a conhecer. Serão desenvolvidos itinerários culturais e turísticos que tratarão as questões do património e turismo industrial com programação cultural e artística”, completa a mesma fonte.

No final do ano decorrerá a Bienal “Artes em Madeira” que vai dar a conhecer à comunidade, “de forma lúdica e pedagógica, esse legado histórico e cultural”.

Está prometida uma programação eclética que interliga várias expressões artísticas, como a música, artes plásticas, teatro e dança, “tendo como ponto de partida as tradições da arte de trabalhar a madeira e os seus mestres”, explica a vereadora da Cultura, Beatriz Meireles.

O presidente da Câmara de Paredes garante que a continuidade do FAMP está assegurada. A bienal realizar-se-á de dois em dois anos.