Os vereadores do PSD votaram, na semana passada, em reunião de executivo da Câmara Municipal de Paredes, contra a delegação de competências em quatro juntas de freguesia, uma atitude que o PS condena e diz ser sinal de “irresponsabilidade” e “má-fé” da oposição.

Em comunicado, o PS Paredes sustenta que o município está a dar cumprimento ao programa eleitoral e “começou a delegar competências nas juntas de freguesia, uma vez que entende que dada a maior proximidade das juntas para resolver os problemas da população estas fazem mais obra com muito menos”.

“Desta forma, a Câmara vai transferir 120 mil euros em dois anos para que as freguesias realizem a pavimentação de diversas ruas em paralelos”, explica a posição do partido enviada à comunicação social.

“O PS Paredes não aceita a atitude dos vereadores do PSD de Paredes ao votarem contra esta delegação de competências que é fundamental para se conseguir fazer obras com menos dinheiro”, critica a mesma fonte.

Ao Verdadeiro Olhar, o recém-eleito presidente da Comissão Política do PS Paredes, José Carlos Barbosa, sustenta que “é uma irresponsabilidade dos vereadores do PSD votar contra já que, ao contrário do que acontecia anteriormente, não houve distinção entre freguesias do PS, PSD ou CDU. “Ao votarem contra o aumento da verba de delegação de competências nas freguesias os vereadores do PSD só podem estar de má-fé”, termina o socialista.

Contactado, Rui Moutinho justifica a posição do PSD, afirmando que não estão contra a delegação de competências mas contra os moldes em que as propostas foram feitas. O vereador e presidente da comissão política do PSD argumenta que os documentos não definem as ruas a que se destinam as verbas, “abrindo uma caixa de pandora” e permitindo que o dinheiro possa ser usado, por exemplo, em obras que já foram feitas no período eleitoral.

“A proposta só faria sentido se a Câmara delegasse todas as competências de reparação e pavimentação de ruas nas freguesias. Mas não foi assim. Se é para pavimentação só de algumas é preciso definir quais. Os documentos estão feridos de nulidade”, defende. “Mas não estamos contra a delegação de competências e defendemos que deve existir”, salienta o social-democrata.

Em causa está a delegação de competências em quatro juntas de freguesia, sendo de 120 mil euros nos casos de Rebordosa, Recarei e Sobreira e de 70 mil euros no caso de Duas Igrejas, num total de 430 mil euros, diz o PSD.