Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Os pais da jovem que morreu em 2013 no Hospital de Penafiel pedem uma indemnização de 530 mil euros ao Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.

Os quatro médicos não diagnosticaram um tumor cerebral a Sara Moreira, uma jovem de 19 anos, de Recarei, Paredes, que recorreu mais de 10 vezes às urgências do Hospital Padre Américo, em Penafiel, ao longo de dois anos antes de morrer. Os clínicos foram absolvidos pelo Tribunal da Relação do Porto, mas agora, 11 anos depois, a Justiça tem nas mãos a decisão de um pedido de cerca de meio milhão de euros, dos pais da jovem, que interpuseram uma ação ao Centro Hospitalar.

Recorde-se que, Sara Moreira recorreu às urgências do Hospital de Penafiel mais de uma dezena de vezes entre 2010 e 2012. Queixava-se de dores de cabeça, vómitos e perda de consciência. Os médicos consideraram que tinha problemas de ansiedade e do foro psicológico e nunca pediram a realização de exames complementares de diagnóstico, como TAC e ressonância magnética. A jovem de 19 anos acabaria por morrer em Janeiro de 2013 vítima de um tumor no cérebro de grandes dimensões que não foi diagnosticado.

Os quatro médicos acusados acabaram absolvidos, com o Tribunal de Penafiel a deixar claro que os clínicos erraram no diagnóstico, mas que nunca tiveram a intenção de matar a paciente, uma decisão que acabaria por ser confirmada em 2020 pelo Tribunal da Relação do Porto.

Ainda assim, a batalha jurídica da família continua e decorre agora no tribunal administrativo e fiscal de Penafiel, que vai decidir sobre um pedido de indemnização de 530 mil euros numa ação interposta pelos pais contra o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa.

Segundo o Jornal de Notícias, nas alegações finais a advogada da família garantiu que as queixas de Sara foram ignoradas e que a jovem podia ter sido salva, com tratamento adequado.

Em sentido contrário, foi a argumentação da advogada do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa que lembrou a absolvição dos médicos e afirmou em tribunal que não era exigível aos clínicos terem feito mais do que aquilo que fizeram.

A decisão deve ser conhecida nos próximos meses.