José Baptista PereiraDefinições académicas à parte, o otimismo é uma boa ferramenta emocional que pode ajudar a alcançar as metas e os objetivos aparentemente complicados.

Vivemos tempos de verdadeiro e saudável otimismo neste Portugal à beira mar plantado. Somos campeões europeus de futebol e hóquei em patins e estamos entre os melhores em atletismo. Temos um Presidente da República popular e otimista que acredita que o governo de António Costa vai conseguir cumprir os seus compromissos eleitorais e que a Europa não vai ter coragem de aplicar sanções pelos resultados menos bons do governo anterior de Passos Coelho.

Já a boa disposição e o otimismo de Passos Coelho parece ter azedado. Ele que era tão otimista e seguro, que se gabava de ter deixado as contas saldadas e os cofres cheios, parece agora preocupado com o futuro. E tem razão para estar com azia. Todas as semanas se descobre mais lixo debaixo do tapete. Dizem que os países que dominam a Europa, como a Alemanha e alguns outros mais recentes, exigem sanções porque se sentem gozados pela aparente submissão e a habilidade de fazer passar por certo o incerto, pela omissão de factos que depois de divulgados nos levaram de bons alunos a uns mal comportados do sul.

Mas António Costa e Centeno mantêm o seu otimismo. O programa português continua a ser cumprido dentro plano estabelecido, sem derrapagens, e de que continua a não haver necessidade de plano B. Oxalá assim seja e assim continue.

Mas se assim for e assim continuar, não se compreende o que nos fizeram no passado. A classe média portuguesa foi esmagada e ainda não recuperou, Aumentaram os que se encontram abaixo do nível de pobreza, aumentaram os desempregados e os empregos precários, aumentou a exploração dos fracos pelos fortes, desapareceram milhares de empresas com anos de laboração e das que foram criadas de novo a maior parte não resistiu mais do que alguns meses.

Afinal porque se queixam da azia e do azedume aqueles que nos deitaram tanto abaixo e que nos aconselharam a emigrar porque esta terra não tinha futuro? Porque se comportam como velhos do Restelo, amargos, pessimistas, derrotistas, mesmo quando Portugal atravessa um dos seus melhores momentos? Porque não seguem os conselhos de Fernando Santos? Tal como ele disse “nós vamos ganhar e só voltamos com a taça”. Antonio Costa e Marcelo Rebelo de Sousa repetem o mesmo à sua maneira. Porque não contratam uma “mental coach” como a Susana Torres? Se ela conseguiu transformar em seis meses um Éder, pessimista e derrotado, num campeão da “Premier League” e num herói nacional, imaginem o que ela poderá fazer por aqueles a quem apenas parece incomodar o otimismo dos outros.

E sejamos honestos. É muito mais agradável viver num país social e politicamente otimista, leve e feliz, do que num país cinzentão, pessimista e deprimido como temos sido nos últimos anos. Eu confio que os nossos resultados (sejam eles quais forem) irão ser cada vez melhores se mantivermos um bom nível de otimismo e perseverança. E lembrando Raul Solnado “façam o favor de ser felizes…” e já agora mais otimistas.