Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

Os Bombeiros Voluntários de Lousada “precisam urgentemente de um novo quartel”, porque as actuais instalações “não têm espaço ou condições de segurança” para a corporação. O desabafo é de Antero Correia que foi reeleito para mais um mandato à frente da associação que dirige aquela estrutura.

Em entrevista ao Verdadeiro Olhar, sublinha que a primeira preocupação ao iniciar mais um mandato passa por “olhar pelos bombeiros”, proporcionando-lhes boas condições de trabalho. Algo que o actual quartel não permite, “porque tem falta de espaço e não tem condições de armazenamento e de aparcamento”. Aliás, referiu, há carros que “têm que ficar na via pública, porque não cabem no quartel”.

Também a formação, outra das prioridades desta equipa reeleita, “tem que ser feita fora”, na freguesia de Torno, “porque não temos um espaço digno para ter aulas aqui”.

Antero Correia contou que “em Lousada não há terrenos disponíveis” e este sonho de edificar um novo quartel “não é fácil de concretizar “devido ainda aos elevados custos” e “outras contrariedades que têm surgido”, ainda assim não perde a esperança e acredita que este projecto será concretizado.

Esta será uma obra que deverá rondar “os dois milhões de euros”, mas que terão a comparticipação da autarquia e Administração Central. O dirigente aproveita para dizer que espera que o Governo “não esqueça Lousada” no que diz respeito a este assunto.

Actualmente, os bombeiros de Lousada tem cerca de 100 operacionais e Antero Correia sublinha que a “formação” tem sido uma prioridade de anos anteriores e do próximo mandato. Também a renovação de viaturas e aquisição de outras está no caderno de encargos da direcção reeleita.

Mas a ligação de Antero Correia, que tem 61 anos, não é muito recente. Começou quando tinha cerca de 15 e no percurso da escola, e enquanto esperava transporte para ir para casa, “passava o tempo com os amigos nos salão dos bombeiros”. Anos mais tarde, há cerca de dez, foi convidado para integrar a lista candidata à direcção da altura como tesoureiro. Entretanto, veio a crise naquela instituição, com demissão do comandante e dirigentes, e o também contabilista resolveu avançar com um novo projecto.

E a verdade é que este trabalho “tem sido um desafio” que, e apesar de muito exigente e de lhe retirar muitas horas ao seu dia, “tem valido a pena”.

Mas, e devido à situação da pandemia, a gestão desta estrutura não tem sido fácil. Por um lado, “tem havido um aumento das despesas” e, por outro, “uma diminuição substancial das receitas”. Apesar de reconhecer que este “é um problema transversal a todas as corporações, empresas e pessoas” em Portugal, Antero Correia é um homem optimista. Ainda assim, lembra que os bombeiros “sofrem duplamente” com toda esta situação. Porque “arriscam a própria saúde para cuidarem dos outros. Eles é que dão o corpo às balas” e, por isso, uma das grandes preocupações da direcção é a “protecção” de todos aqueles que vestem a farda da corporação.

Apesar de todas esta vicissitudes, o presidente espera por dias melhores e que o novo quartel saia o mais rápido possível do seu pensamento e se torne uma realidade, de forma a servir melhor, não só os bombeiros, mas toda a população de Lousada.