Portugal é um país rico! Pelo menos, direi que pensamos e atuamos como um país rico. Há anos que se fala de um novo aeroporto e ao que parece, está mesmo fechado que vai haver um aeroporto no Montijo para servir a capital. O aeroporto tem um custo estimado (!) de mil milhões de euros que, no fim do dia, eu, o leitor, os nossos filhos e os nossos netos, pagaremos.

Em Beja, há um aeroporto novo que serve de parque de estacionamento (é um luxo a que este Portugal rico se pode dar) quando é dos poucos (neste momento o único) em que o maior avião de passageiros do mundo, o A380, pode aterrar.

As vantagens de Beja são latentes: aeroporto construído, desenvolvimento de uma região (Alentejo), melhoria de infraestruturas de ligação (rodovia, ferrovia…) entre Lisboa e todo o Alentejo, proximidade (sim, porque só quem nunca voou para Londres e outras grandes capitais pensa que os aeroportos são só no centro das cidades…), menores custos ambientais, menor custo de adaptação de infraestruturas existentes, entre muitos outros fatores.

Em Portugal, já temos aeroportos que cheguem. As sinergias que poderiam resultar de Beja e os efeitos positivos dessa decisão seriam muito mais visíveis do que a solução Montijo, uma solução que todos referem terá a capacidade esgotada em aproximadamente 25 anos. Aliás, estou para me rir quando a Ponte Vasco da Gama se tornar um problema de caos rodoviário. Um acidente e ninguém chega a Lisboa!

Estamos pois, a caminho de cometer mais um erro estratégico para o futuro do País. Estamos a pôr de lado o imperativo de coesão e desenvolvimento de todo o território, mandando uma mensagem clara a todos: o futuro está nas grandes cidades, mormente na Capital.

“Beja jamais!”. Pode ser que assim se acorde a tempo…