Nelson Oliveira

  1. Contra:

Muito antes dos acontecimentos políticos das últimas semanas, afirmei numa destas crónicas, ser contra um putativo acordo à esquerda.

2.  Legitimidade:
Por ter esta opinião também me é permitido discordar frontalmente daqueles que resvalam a política para comparações idiotas com futebol, usando afirmações como “golpe” e outras “geringonças”. Esta é uma solução governativa legítima e constitucional, amplamente usada em diversos países da Europa.

Passos Coelho, desnorteado, falou na semana passada em fraude.
Para quem teve uma série de orçamentos inconstitucionais e não acertou uma única previsão económica de dívida ou défice, é preciso muito descaramento e desconhecimento da Constituição.

  1. Elegemos Deputados:

Finalmente todos os Portugueses sabem que elegem Deputados e não Governos ou o Primeiro-Ministro. E por sermos uma Democracia Representativa, os Deputados são a voz das pessoas dentro do Parlamento e da Governação do país.

  1. O “golpe” de 1999:

É engraçado que a Direita, nomeadamente o PSD, que hoje fala em golpe, foi a mesma que em 1999 e com o apoio público de Cavaco Silva, apresentou uma moção de rejeição ao programa de governo de António Guterres – eleito por maioria relativa e a 1 deputado da maioria absoluta – imediatamente após este ter sido eleito.

Que coisa tramada… a memória!

  1. A brincadeira da Revisão Constitucional:

Passos Coelho pede uma revisão constitucional urgente para que haja eleições.
O mesmo Passos Coelho que durante 4 anos dispôs de uma maioria absoluta no Parlamento, sem nunca ter feito uma revisão constitucional, vem agora numa tirada parecida com Hugo Chávez (2009), solicitar algo que é impossível dado o momento político que vivemos.

  1. De onde vem o dinheiro?

Esta é uma pergunta que o PS sabe responder. Perante uma comunicação social que apenas reporta o aumento da despesa, Mário Centeno deu uma entrevista à RTP3 onde explicou tudo isto.
João Galamba também já escreveu sobre esta questão no Expresso – basta (quererem) ler.

  1. TAP

Concordo com a privatização da TAP. Sempre concordei. Uma empresa constantemente deficitária, que presta um serviço onde há verdadeira concorrência e a preços baixos, não pode ter o Orçamento de Estado a financiar prejuízos.
É muito mais grave privatizar setores essenciais à vida dos cidadãos como foi o caso da EDP, ou o que querem fazer com as Águas, Saúde e Educação!

  1. Batalha de Berlim

A JSD deu (mais) um tiro no pé. Nada de novo. Para retratar o fim deste governo perante um acordo à esquerda, usaram uma imagem que realça a vitória dos Aliados sobre os Nazis em Berlim! Sublime!

  1. Terrorismo

A Europa está em choque. Mas um choque tardio. O Estado Islâmico tem assassinado milhares de pessoas nos últimos meses. Na semana passada fuzilaram 200 crianças.

O que seria de nós se os Aliados na II Guerra Mundial não se tivessem unido para combater Hitler? A guerra é a pior das soluções, mas por vezes torna-se inevitável.