“Este evento não era possível sem os voluntários. São fundamentais para o encaminhamento das pessoas, para dar informações aos atletas, dar apoio nas refeições, organizar os transportes. Sem os voluntários, e sem a colaboração abnegada dos funcionários da Câmara, não era possível fazer o Paredes Handball Cup”, garante o presidente da Câmara de Paredes, Alexandre Almeida.

Durante todos os dias do evento, que terminou no domingo e que trouxe ao concelho 3700 atletas (de Portugal e de outros cinco países), mais de 200 voluntários deram apoio à logística deste evento desportivo de andebol. Só das três cantinas associadas à iniciativa saíram, diariamente, mais de 11 mil refeições.

Funcionavam de manhã à noite e os voluntários faziam de tudo, desde lavar pratos e limpar tabuleiros, a arrumar o lixo, servir, controlar o número de pessoas que entram ou refeições servidas, entre outros. Na cantina da Secundária de Paredes as manhãs começavam com a preparação de mais de três mil pães, contou Tiago Sousa, professor e coordenador do espaço. “Por refeição passam aqui cerca de 1300 pessoas. Os voluntários fazem turnos e há um espírito de entre-ajuda. Até há quem venha ajudar quando está de folga”, explicou. Se a maioria era jovens, aos pequenos-almoços contavam com um reforço de uma equipa de “jovens com mais de 70 anos” do Programa Mais Vida Activa.

“A logística começa às seis da manhã e mantém-se até isto fechar. Não pára durante todo o dia, fecha à meia-noite ou mesmo mais tarde”, referiu Tiago Sousa. Os voluntários “levam uma experiência para vida”, atestou ainda, circulando entre os vários serviços necessários, na cantina e não só.

Quem se voluntariou também tem esta visão. Gabriela Barros, de 17 anos, de Vilela, participou pela primeira vez. É atleta de voleibol e sempre quis ser voluntária, mas só agora tinha idade. Estava de folga, mas, sabendo que os colegas precisavam de apoio quis vir ajudar. Lavou muita loiça, reconhece. Mas também aprendeu e conviveu com outras pessoas, algumas que nunca tinha “visto na vida”.

Ideia idêntica tem José Pedro Teixeira, também de Vilela. O jovem de 17 anos diz-se “apaixonado pelo voluntariado e organização”. “Quis ser voluntário para ajudar e para poder fazer a diferença. Tenho de ajudar a que grandes feitos aconteçam no meu concelho”, defendeu.

Abdicou, por isso, de parte das férias. Mas garante que ganhou muito mais do que perdeu. “Estou a perder uma semana, mas a ganhar muito conhecimento, muita amizade, muito companheirismo, muita experiência, muito convívio. Estou a aprender muito”, afirmou.  

“Na hora do desenrasque fazemos um bocadinho de tudo. Se faltar alguém na arbitragem, vamos ajudar, se é na cantina, igual, e se for preciso em multimédia também. Eu comecei na multimédia e acabei a fazer um pouco de tudo, já vim para cantina, controlar as senhas e receber as equipas, estou a fazer organização e logística e está a ser interessante”, deu ainda como exemplo o jovem voluntário, garantindo que além disso ainda havia tempo para diversão e participar nas inúmeras actividades associadas ao evento.

 Os voluntários não eram só de Paredes, mas também de Viseu, de Aveiro, de Vila Real ou até de Faro. Ana Catarina Ribeiro, de 24 anos, veio da Baixa da Banheira. A ex-atleta e estudante de Medicina já tinha feito voluntariado noutras acções e interessou-se por esta no Norte do país. Veio “sozinha e sem conhecer ninguém”. “Já conheci muita gente e há um espírito de entre-ajuda e voluntariado fantástico”, contou, mostrando-se satisfeita com a aventura.

Durante o evento, foi, entre outros, monitora, fez pequenos-almoços e também foi chamada ao posto médico e a acompanhar os fisioterapeutas. Deu assistência a lesões e sustentou que se trata de uma grande aprendizagem “a nível profissional e pessoal” e também em termos de “trabalho em equipa”.