Carina Baptista, de Lousada, ex-aluna do Conservatório do Vale do Sousa e aluna da licenciatura em Música da Universidade de Aveiro, venceu o IX Concurso Nacional de Jovens Clarinetistas, categoria sénior, na classe clarinete.

A jovem, aluna do professor e maestro Luís Carvalho, assumiu que ter ganho este prémio, organizado pela Associação Portuguesa de Clarinete, representou o reconhecimento trabalho que tem vindo a realizar, sendo motivo de orgulho e uma motivação acrescida para continuar a fazer aquilo que mais gosta.

“Não é todos os dias que conseguimos atingir um reconhecimento desta forma, para além de que nos dá garra e motivação para alcançar novos objectivos e novas etapas”

“A minha participação neste festival já vem de algumas edições atrás e já tenho por hábito participar não só nos seus concursos como nas suas masterclasses. No entanto, a minha estreia na categoria sénior foi uma decisão ponderada porque é um ano importante para mim, o ano final da minha licenciatura. Por isto mesmo, a minha preparação para este concurso teve como princípio: que a realização das provas me deixassem confortável e satisfeita, apesar do resultado. Vencer o concurso foi só a cereja no topo do bolo. Fiquei extremamente feliz. Não é todos os dias que conseguimos atingir um reconhecimento desta forma, para além de que nos dá garra e motivação para alcançar novos objectivos e novas etapas”, disse, salientando que conquista deste prémio era uma ambição.

“Diariamente vemos o reconhecimento de amigos e colegas músicos a atingirem grandes etapas e quer queiramos ou não, ficamos sempre a desejar a chegada do reconhecimento do nosso trabalho”, acrescentou, assumindo que a obtenção deste prémio à escala nacional permite-lhe continuar a evoluir e a fazer o que mais gosta.

“Futuramente, não poderei imaginar. Mas, actualmente, sei e tenho a certeza que receber um clarinete Buffet Crampon me vai ajudar a continuar a evoluir e a motivar a fazer o que realmente gosto”, adiantou,  sublinhando que o prémio obtido no IX Concurso Nacional de Clarinete foi também partilhado pela comunidade lousadense, os amigos e conhecidos mais próximos que a felicitaram de imediato.

“Foram muitos os que me congratularam quer amigos, quer professores, quer lousadenses que já não tinha contacto há imenso tempo. Lousada foi a terra em que cresci enquanto instrumentista por isso acho que será sempre um orgulho para Lousada que as sementes comecem a ter fruto. Lousada já tem um vasto número de músicos reconhecidos e é bastante gratificante fazer parte desse número”, atalhou, adiantando que também a Banda de Musical de Lousada, instituição por onde Carina Baptista passou, também, já a parabenizou.

“A Banda Musical de Lousada foi um casa que me viu crescer e que sempre ofereceu quer a mim como aos restantes músicos um grande apoio e afecto”, recordou.

Falando do seu percurso musical e da sua paixão pelo clarinete, a jovem lousadense esclareceu que herdou da família a apetência pela música.

“A minha grande influência para o mundo da música foram o meu pai e da minha irmã. O meu pai quando era mais novo pertenceu à Banda Musical de Lousada como clarinetista e sempre teve um grande gosto pela música. Lembro-me perfeitamente do hábito de todos os anos nas Festas do Sr. dos Aflitos, ao domingo à noite, irmos assistir ao concerto das bandas. Era um grande entusiasmo para mim assistir àquele concerto, ouvir as mesmas histórias todos os anos da velha guarda e desejar um dia, quando fosse grande, pertencer à Banda”, frisou, frisando que a passagem pelo Conservatório do Vale do Sousa contribuiu para consolidar o gosto pela música, sendo que a decisão de seguir esta área começou a desenvolver-se naturalmente.

“Eu ingressei no Conservatório do Vale de Sousa em 2009, com nove anos de idade e foi aí que aventura começou no mundo do clarinete. O Conservatório para mim foi e sempre será uma segunda casa. Ao longo dos 12 anos que lá passei, fui sempre muito bem acolhida e tratada. Sentia tanto nos amigos como nos professores como nos funcionários um carinho especial. A nível musical, devo muito aos meus professores da classe de clarinete ao Professor Alberto Vieira, Professor Carlos Silva e um carinho especial ao Professor Nuno Sousa. Eles foram os professores que me acompanharam neste viagem, que me fizeram crescer a nível musical e me tornaram muito do que sou hoje”, avançou, confessando que Conservatório do Vale do Sousa é uma referência na área da música na região do Vale do Sousa e no país.

“Se alargarmos o leque para algumas gerações atrás, encontramos um vasto número de profissionais que têm o nome do Conservatório Vale de Sousa associado a eles. O Conservatório privilegia de óptimos docentes profissionais, na qual muitos deles foram alunos desta instituição”, considerou.

Sobre o seu futuro profissional, Carina Baptista esclareceu que está a trabalhar num projecto, na formação de violino, clarinete e piano, tendo participado, também, na 1.ª Edição do concurso de Música de Câmara Nemu (Núcleo de Estudantes de Música da Universidade de Aveiro), na qual obteve o 3.º prémio.

“Defendo que as oportunidades somos nós que as fazemos, temos que as criar e lutar por elas quer em Portugal quer noutro país. Claramente, a cultura musical noutros países europeus é mais desenvolvida e é óptimo para crescermos enquanto músicos”

“Futuramente, teremos um recital em data e local a definir”, adiantou, sustentando que o futuro profissional e as oportunidades para integrar o mercado de trabalho passam muito por aquilo que cada jovem consegue dar, pela luta que coloca e emprega na perseguição dos seus objectivos.

“Defendo que as oportunidades somos nós que as fazemos, temos que as criar e lutar por elas quer em Portugal quer noutro país. Claramente, a cultura musical noutros países europeus é mais desenvolvida e é óptimo para crescermos enquanto músicos, mas pessoalmente considero que a nossa carreira tem de estar sincronizada com a nossa vida pessoal e essa escolha depende de cada um”, contou.

Sobre a possibilidade de vir a fazer carreira musical no estrangeiro, a instrumentista admitiu que não seria de todo fácil afastar-se da família e dos amigos.

“Gosto muito de Portugal e gosto muito de Lousada, se assim tivesse que ser, a distância da minha família e dos meus amigos seria sempre um difícil problema a ultrapassar. Lousada ainda tem algum caminho a percorrer na área musical, mas felizmente a nossa autarquia cada vez mais interessa-se por esta arte. Considero que se podia apostar num evento de grande escala nesta vila na qual permitisse aos músicos lousadenses apresentarem o seu trabalho e alguns dos seus projectos”, asseverou.

O Concurso Nacional de Jovens Clarinetistas tem como objectivos fomentar e desenvolver o ensino do clarinete bem como a evolução dos jovens clarinetistas.