Nas diversas associações e grupos de concidadãos, há uma tendência, por vezes quase natural, para aqueles que pertencem às mesmas e outros que directa ou indirectamente colaboram com essas agremiações, terem uma relação de proximidade e não raras vezes de interdependência aos respectivos líderes.

Da mesma forma, as lideranças mudam de acordo com o perfil do líder.

Há lideres que sentem uma necessidade imperiosa de se imporem, desconhecendo uma regra basilar da liderança, pois a mesma deve ser reconhecida e não imposta;

Outros têm uma liderança congregadora e agregadora, incutindo nos outros a vontade de serem parte integrante dos projectos, que apesar de serem momentaneamente liderados por um, são pertença, ou pelo menos devem ser de todos.

Alguns revêm-se na liderança quando a mesma lhes traz algo de útil e imediato;

Outros não se revêm, e só estão, porque têm que estar, mantendo sempre a sua “pista” aberta.

Outros tantos, estão e estarão sempre, porque o que os move e une são questões exógenas aos projectos, sendo estes apenas corolários das relações prévias de proximidade e amizade que existem, que sobrevivem às mais diversas “intempéries”, ainda que muitas vezes com custo.

Mas para que todas estas cambiantes funcionem na plenitude, quem lidera e quem é liderado devem ter um mínimo denominador comum: confiança e solidariedade recíprocas.

Quando uma destas falhas, o resultado só pode ser um: fracasso.

Fracasso esse, que numa primeira fase, os menos humildes e egocêntricos pensam ser da personalidade liderante, mas depois caem na real e constatam que o insucesso de um, leva ao insucesso dos demais, pois alguns só têm ou tiveram momentos de fama, enquanto alguém neles confiou ou deu visibilidade.

Perceber isto é um acto de lucidez;

Ignorar isto é um acto de incúria ou, no limite narcisismo extremo, que sucumbe rapidamente.

Mas é nesta dicotomia que as grandes coisas são feitas, desde as mais visíveis às menos visíveis.

E a maior liderança, é aquela que é feita quando ninguém está a ver, como já dizia George Valkenburg.

É pois justo enaltecer todos aqueles que em dificuldades extremas e adversas mantêm o rumo e o norte em prol de um bem maior, ao invés daqueles que vendo as coisas menos bem, dão sempre prevalência ao individual em detrimento do colectivo, usando todos os artifícios para se autoconvencerem que o mal é sempre dos outros.

Mas é sempre da queda que nasce qualquer coisa, sendo que a vida dá-nos ensinamentos profícuos que nos tornam melhores e mais fortes.

Sou daqueles que aprecio e admiro o perfil dos que lideram e o dos que são liderados.

E também não tenho dúvidas, que o verdadeiro líder, ao contrário do chefe que diz: “Vá, o líder por seu turno diz: Vamos”, e quando chegar esta altura os grandes feitos e as realizações quase impossíveis serão mesmo exequíveis e reais!!

Um dia, é certo, que alguém dirá: VAMOS!