Foto: Volta a portugal

A equipa profissional de ciclismo de Paredes vai abandonar pelotão nacional. Mário Rocha diz temer o regresso dos escândalos de doping à modalidade e que não há condições de continuar nem como director desportivo da LA-Antarte nem como presidente do Clube de Ciclismo de Paredes.

Em comunicado, a equipa critica que “pessoas envolvidas nos escândalos de 2008 e 2009” tenham voltado ao ciclismo nos últimos anos. “Tal acontece devido à falta de firmeza da Federação Portuguesa de Ciclismo (FPC), que parece apostada em que a modalidade volte ao passado”, sustentam.

“A verdade é que, actualmente, o responsável da LA-Antarte teme que o ciclismo esteja a caminhar para novos escândalos, como os ocorridos em 2008, quando se registou a intervenção e buscas da Polícia Judiciária. Mário Rocha lembra ainda que no caso de 2009, a Liberty Seguros acabou por retirar o seu apoio à equipa, após a descoberta de três escândalos de doping, incluindo o vencedor da Volta a Portugal”, refere o comunicado.

Por isso, perante este cenário, Mário Rocha diz que “não estão reunidas as condições para continuar na modalidade, nem como director desportivo, nem como presidente do Clube de Ciclismo de Paredes”. “Como é óbvio, esta tomada de posição leva a que a equipa profissional da LA-Antarte abandone o pelotão nacional”, até porque “estão em causa valores como o rigor e a disciplina que devem nortear a modalidade”.

Segundo o até agora director desportivo da LA- Antarte, já no final da época passada, numa reunião com a Federação, deu conta “do desagrado quanto à forma como a modalidade estava a ser conduzida”. “Na mesma altura alertei para que se nada mudasse eu abandonaria o ciclismo”, salienta Mário Rocha.

O paredense diz que não tem intenções de regressar à modalidade enquanto não houver mudanças. “Este é o momento para abandonar o ciclismo, de consciência tranquila e cabeça levantada”, acredita.