Investimento de 33 milhões de euros prevê criar 84 postos de trabalho em Lousada

Câmara e Assembleia Municipal aprovaram benefícios fiscais. Unidade ficará em Lodares. Pedro Machado sustenta que empregos a criar serão “bem remunerados e acima da média” da região

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Foto: Fernanda Pinto/Verdadeiro Olhar

A Câmara e a Assembleia Municipal de Lousada aprovaram a concessão de benefícios fiscais a uma empresa de capitais franceses que vai investir mais de 33 milhões na construção de uma unidade de produção na freguesia de Lodares e que prevê criar 84 novos postos de trabalho.

A empresa, a Natwindo S.A., com capital maioritariamente francês, dedica-se à produção de janelas e portas de elevado desempenho em madeira e madeira/alumínio.

O presidente da Câmara de Lousada, Pedro Machado, destaca que os empregos serão “bem remunerados e acima da média da nossa região”.

“Não se trata apenas de um importante investimento para Lousada, mas sim para a nossa região”

“O projecto consiste numa unidade de produção de janelas e portas com características inovadoras, de isolamento térmico, acústico e segurança, orientada para o fornecimento do mercado europeu. É um investimento de raiz para instalação de uma fábrica de vanguarda. Numa fase inicial prevê-se a criação de 84 postos de trabalho”, confirma o presidente da Câmara de Lousada.

O investimento será localizado na freguesia de Lodares, junto ao nó de acesso à variante da EN 106. Do valor total, que supera os 33 milhões de euros, 1,8 milhões de euros foram usados na aquisição dos terrenos.

Segundo Pedro Machado os benefícios concedidos passam por “uma redução de 88% do Imposto Municipal sobre Imóveis (IMI) para um período de cinco anos e uma redução de 88% do Imposto Municipal sobre a Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT)”, tendo por base os critérios definidos no Regulamento de Projectos de Interesse Municipal.

“Não se trata apenas de um importante investimento para Lousada, mas sim para a nossa região. É um grande investimento que ultrapassa os 33 milhões de euros numa área de 88 mil metros, prevendo a criação de 84 postos de trabalho, bem remunerados e acima da média da nossa região, daí a sua grande relevância para Lousada e para a região. Aliás, este investimento é igualmente importante para o país, pois a sua produção destina-se sobretudo à exportação, pelo que dará um forte contributo para o equilíbrio da nossa balança comercial”, sustenta o autarca.

Além disso, é uma empresa que vem diversificar o tecido empresarial do concelho e que gera emprego qualificado.

Por se tratar de um grande investimento, também o Estado já aprovou um apoio, inserido num conjunto de 26 contratos fiscais de investimento, já alvo de resolução do Conselho de Ministros. A Natwindo vai ter “um crédito a título de imposto sobre o rendimento das pessoas colectivas (IRC), uma redução do imposto municipal sobre imóveis, uma redução do imposto municipal sobre a transmissão onerosa de imóveis e uma isenção em sede de imposto de selo”, lê-se.

Questionado sobre o trabalho de captação de investimento realizado pela autarquia e sobre quantas empresas recorreram a estes incentivos, Pedro Machado sustenta que “não têm sido muitas as empresas a solicitar a concessão de benefícios fiscais municipais, mas têm sido muitas as empresas a investir em Lousada”.

“A captação de investimento realiza-se muitas das vezes de forma directa, mediante a percepção de que temos um concelho atractivo para o investimento, pela sua demografia e mão-de-obra, pela sua centralidade e acessibilidades, pelo acolhimento da Câmara Municipal e pela sua política fiscal”, defende o edil, citando dados. Os números do Instituto Nacional de Estatística revelam que houve 145 constituições de pessoas colectivas e entidades equiparadas de Janeiro a Outubro de 2021 no concelho, salienta. “Acresce que os últimos dados de empresas por quilómetro quadrado situam-se em 47,2, valor muito superior à média nacional, da região Norte e do Tâmega e Sousa. Ao nível do desemprego fechamos o ano de 2020 com uma taxa de 5,1%, valor abaixo da média nacional. Estes dados permitem concluir que estamos no caminho certo e que podemos encarar o futuro com optimismo”, argumenta o presidente da Câmara.