Humberto Brito não se verga perante a “calúnia” ou a “política das catacumbas”

Autarca tomou posse para os últimos quatro anos à frente dos destinos de Paços de Ferreira e garante um "mandato de confiança”

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Foi ainda à sombra da pandemia, dado que todos os presentes usavam máscara, que decorreu, na noite de quarta-feira, a tomada de posse de Humberto Brito e de todo o elenco municipal. O socialista prepara-se para cumprir o terceiro e último mandato à frente dos destinos de Paços de Ferreira.

A cerimónia decorreu à noite, no edifício dos Paços do Concelho. E a primeiras palavras do autarca ecoaram carregadas de pesar pela morte de todos os pacenses que não resistiram à Covid-19.

Após o solicitado minuto de silêncio, Humberto Brito entrou acutilante. Primeiro, regozijou-se pela vitória inequívoca no acto eleitoral de 26 de Setembro e, logo de seguida, assegurou que não se vai vergar “perante a maledicência e a calúnia”, nem perante aqueles que insistem em protagonizar uma “acção política das catacumbas” no município.

“Não vou ceder a clientelas ou interesses pessoais”

A noite deveria ser de festa, mas Humberto Brito não saiu do seu discurso incisivo e reiterou palavras de ordem que fizeram parte dos discursos de campanha eleitoral como “força, transparência e seriedade”, porque não vai ceder a “clientelas e interesses pessoais”, garantiu em jeito de aviso. 

Dados os recados, o já empossado autarca fez uma retrospectiva dos oito anos de trabalho que tem desenvolvido à frente do município de Paços de Ferreira. E aproveitou para lembrar a todos que conseguiu “reduzir a brutal dívida municipal”, “fazer obras e pagar a pronto”, “valorizar os serviços públicos municipais e os seus trabalhadores” e “aumentar os apoios sociais”. Conquistas em paralelo com uma diminuição da carga fiscal.

Humberto Brito não gastou muitas palavras na cerimónia e, depois de falar do trabalho feito, foi rápido em apontar baterias para o caderno de encargos que já havia apresentado aos munícipes, ao longo dos últimos meses, e que passam pela manutenção de um governo municipal com “contas certas” e que garanta “dinheiro público”.

“Continuaremos a percorrer o caminho da redução da dívida municipal, protegendo as famílias e as empresas do concelho de aumentos indevidos da carga fiscal de origem municipal”

Apesar de explicar que a redução da dívida é uma das metas deste executivo, a “protecção de famílias e empresas” não será posta em causa. Quer isto dizer que, a Câmara vai proteger os pacenses de “aumentos indevidos da carga fiscal de origem municipal”, assegurou.

O apoio à natalidade, através da atribuição do cheque-bebé, e apostas na “habitação a rendas acessíveis”, nas “refeições escolares e transporte escolar”, no “Balcão Social Único, no Cartão Municipal sénior, no gabinete de apoio a vítima, na teleassistência, assim como na rede de solidariedade municipal”, são outras das metas a atingir.

A educação é também um ponto de honra para o socialista que validou, não só a manutenção do programa de bolsas para alunos universitários, assim como uma “escola profissional de elevada qualidade, virada para as necessidades do tecido económico local”.

É que “pessoas melhor formadas tornar-se-ão no património de um concelho mais culto, mais amável, mais social, mais inclusivo e respeitoso para com os outros”. frisou. 

“Vamos conectar o concelho com a Área Metropolitana do Porto e a Europa”

Um aumento dos investimentos em infra-estruturas de transportes e mobilidade, através da melhoraria destes serviços, ao nível local e regional, serão outras das estratégias para os próximos quatros anos, porque Humberto Brito aspira “conectar” Paços de Ferreira com a “Área Metropolitana do Porto e a Europa”.

Outro dos eixos prioritários para a Capital do Móvel vai passar pela cultura, porque é sinónimo de “desenvolvimento”, anuiu o autarca.

Uma política ainda mais “virada para o ambiente” será outro dos caminhos a percorrer pela equipa da Câmara Municipal, que vai trabalhar no sentido de “melhorar o serviço público de recolha de resíduos” e continuar com investimentos ao nível da criação de “espaços verdes” e “requalificação das zonas ribeirinhas”.

E porque Paços de Ferreira “reúne condições” para um desenvolvimento ao nível da actividade empresarial, o autarca anunciou que quer colocar o concelho na primeira “linha de inovação e progresso”.

Uma administração local “eficaz, acessível e responsável” são outras das prioridades, porque urge prosseguir a aposta na “modernização administrativa”, de forma a facilitar o acesso dos cidadãos à Câmara Municipal e aos seus serviços”.

Assim, garantiu, os ‘Paços do Concelho’ vão abrir portas à criação de “laboratórios de cidadãos e redes participativas”. Humberto Brito é peremptório em afirmar que “o mundo mudou” e Paços de Ferreira tem que acompanhar essa mudança global.

O discurso já ia na recta final, e o autarca fez questão de terminar tal como começou, voltando a acentuar, talvez para ninguém se esquecer que não se “verga” e se recusa a aceitar “ataques de carácter, políticos ou pessoais” que possam advir nos próximos quatro anos.

A cerimónia serviu ainda para reeleger Miguel Costa como presidente da Assembleia Municipal que aproveitou o palco para destacar a experiência que tem sido estar à frente deste órgão municipal. Algo que o transformou num cidadão “mais activo e mais crítico”. E porque toda a liderança assenta nos parâmetros da “firmeza” e da “convicção”, serão estas as suas linhas mestras para os próximos quatro anos, assegurou. A terminar, Miguel Costa também não quis deixar de dar um recado a todos os eleitos ao dizer que espera um mandato “sem ruídos e excessos”.