Atendendo à conhecida e dramática situação financeira herdada do passado, o município de Paços de Ferreira esteve impedido, até meados do mandato anterior, de aceder a fundos comunitários. Felizmente e fruto de um gigantesco trabalho, foi possível inverter esta situação, o que permitiu à Câmara Municipal apresentar projetos no âmbito da regeneração urbana e de acordo com os critérios definidos pelo atual quadro comunitário de apoio.

Apesar dos condicionalismos provocados durante a execução deste tipo de obras, aquilo que se exige, de forma séria e despida de qualquer tipo de partidarite aguda, é avaliar as opções tomadas, neste âmbito, pela autarquia, tendo sempre em consideração um facto da maior relevância: face à situação financeira do município e cuja normalização demorará várias décadas, o não aproveitamento destes fundos comunitários iria adiar a realização destas obras para lá do ano de 2050!

E que obras são estas? Desde logo a nova rotunda em Sobrão, determinante para disciplinar e melhorar o trânsito na principal entrada do concelho; a requalificação de parte importante dos centros das cidades de Paços de Ferreira e de Freamunde; um novo acesso à EB 2,3 em Meixomil, entre outras obras. A tudo isto a oposição responde que não. Que não devíamos aproveitar os fundos comunitários para realizar este tipo de obras.

Para o PSD local, a rotunda de Sobrão, prometida pelos próprios durante vários mandatos, é agora desnecessária.

As obras no centro urbano de Paços de Ferreira são um disparate porque favorecem a circulação pedonal e potenciam o comércio tradicional.

Quanto a Freamunde, o que devíamos fazer era nada, porque está tudo bem. Os plátanos que serão substituídos nas próximas semanas por outras árvores deviam lá ficar, mesmo representando um enorme risco para a segurança das pessoas e sabendo-se que tinham uma esperança máxima de vida de apenas 10 anos. O parque de estacionamento em mau estado e com partes destruídas pelos enormes raizeiros, estava perfeito. A rua do comércio, sem estacionamento em praticamente toda a sua extensão e com passeios de dimensão quase simbólica, também está bem assim. 

Quanto às obras junto à EB 2,3 em Meixomil, são uma enormidade, pois potenciam novas e mais seguras acessibilidades a pais, alunos, professores, funcionários e residentes no local.

Em democracia, é normal que se discuta e se discorde das opções tomadas por quem, transitoriamente, exerce o poder. Mesmo que todas estas obras tenham constado do programa eleitoral do Partido Socialista que foi sufragado em 2017, ninguém está impedido de manifestar a sua opinião. A democracia, e bem, assim o determina.

No entanto, omitir os inevitáveis transtornos que este tipo de obras sempre causam, tentando fomentar uma inexistente onda de indignação, é um atentado à inteligência dos cidadãos. Foi assim com algumas intervenções no mandato anterior, mas cujas mais valias foram reconhecidas da forma que bem espelham os resultados das ainda recentes eleições autárquicas.

A desonestidade intelectual da oposição é, hoje, por demais evidente. Sem qualquer tipo de objetividade, recorrendo inúmeras vezes a factualidade alternativa e com uma indisfarçável vontade em vingar-se da humilhante derrota resultante da vontade livre e consciente dos cidadãos, tudo serve para este inenarrável “bota-abaixismo”.

Da parte da atual maioria municipal continuaremos, todos os dias, a fazer aquilo que resulta do nosso contrato com os pacenses. Com total transparência e conscientes de que fomos eleitos para melhorar a vida das pessoas, é isso que continuaremos a fazer até ao final do presente mandato.

No dia em que a atual liderança da oposição conseguir despir-se do seu sentimento de superioridade, talvez seja possível debater-se, com serenidade, os projetos importantes para o futuro coletivo. Até lá, seremos forçados a assistir a este exercício deprimente e autofágico de um partido cuja longuíssima história no nosso concelho, para o bem e para o mal, era merecedora de muito mais elevação e responsabilidade. Mas isso são contas de outro rosário!