Uma comitiva com elementos do PSD, entre eles deputados, visitou, esta semana, a ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira, para constatar que se mantém o “crime ambiental” a que atribuem responsabilidades políticas.

“Tendo entrado na última fase de funcionamento, mas apenas a tratar cerca de 28% dos efluentes, o que se verifica no local e a jusante da ETAR é que continuam os maus cheiros e as águas com dejectos”, explica comunicado da distrital do PSD Porto.

“No entender do PSD, as responsabilidades políticas são claras. O ministro do Ambiente e a Câmara de Paços de Ferreira devem ser responsabilizados pela sua incapacidade em gerir a obra de forma a evitar o crime ambiental, bem como a Câmara de Paredes que estranhamente não tem defendido as suas populações neste processo”, aponta a mesma fonte.

Na visita estiveram os deputados do PSD eleitos pelo distrito do Porto, juntamente com o vice-presidente do Grupo Parlamentar para a área do Ambiente, Luís Leite Ramos, os presidentes de Junta de Lordelo (Paredes) e de Frazão/Arreigada (Paços de Ferreira), bem como elementos das estruturas locais do PSD.

Os social-democratas referem que “continuam a ser lançados no Rio Ferreira os efluentes apenas com um tratamento primário, facto que transformou o rio num autêntico esgoto a céu aberto, castigando quer a população de Arreigada quer a população da cidade de Lordelo”, com elevados prejuízos gravíssimos para a fauna e a flora das margens do rio Ferreira.

O PSD espera que sejam cumpridos os compromissos e que a ETAR esteja em pleno funcionamento no final do mês de Outubro.

“Num investimento de cinco milhões de euros, o PSD estranha que não se tenha investido um pouco mais numa solução que salvaguardasse o rio das descargas sem qualquer tratamento, ou até com mais 50 mil euros para a selagem em silo próprio dos resíduos resultantes da filtragem dos efluentes e assim se evitarem maus cheiros”, criticam em comunicado, lembrando que já muitas vezes questionaram o ministro sobre o tema ETAR de Arreigada.

“A forma como, durante as obras de modernização da ETAR, foram autorizadas as descargas dos efluentes sem tratamento no Rio Ferreira, com a anuência da APA – Agência Portuguesa do Ambiente, revela o fracasso do Governo nesta matéria. Mais grave, foi, e é, o sistemático atirar de culpas para a governação autárquica do PSD que terminou em 2013, sendo que nessa altura a ETAR estava já a atingir o limite de funcionamento.
Sete anos passados, e autorizando centenas de novas ligações, a gestão autárquica do Partido Socialista permitiu a existência de um crime ambiental, de consequências danosas para a fauna, flora e populações daquele território”, realçam, em termos políticos.

Agora, defende o PSD, é preciso resolver o problema e avançar com um projecto de revitalização das margens e leito do rio, devendo ser previstas as verbas necessárias e suficientes para devolver a fauna e a flora perdida.

Recorde-se que o ministro do Ambiente já prometeu que a ETAR estará a 100% no final de Outubro e que haverá verbas para a recuperação do rio.