Há muito tempo, uma eternidade, que não se sentia a alegria do Natal em Paredes. Há vida nas ruas. Há luz, música e animação. Há a participação das associações, dos autarcas, dos comerciantes, do cidadão comum. É cedo para balanços, mas este Natal já é uma pequena amostra do que se pode fazer sem necessitar de recorrer a “pacotes de cultura” importada. Temos artistas em casa e não os conhecemos. O programa de Natal, Ano Novo e Reis, “Espalhar Magia pela Cidade” está ser um sucesso.

A magia espalha-se por todo o concelho e o comboio de Natal é o elo de ligação entre as quatro cidades de Paredes, Gandra, Lordelo e Rebordosa. São muitos os eventos e os locais de animação. O Parque José Guilherme voltou a ser o jardim da cidade onde aos fins-de-semana as famílias podem passear e assistir a espetáculos de folclore, bandas de música, demonstrações desportivas e teatro de rua. O antigo Pavilhão Multiusos de Paredes, agora promovido a Pavilhão Municipal, assim como o Estádio das Laranjeiras, ressuscitaram e são a sede do Mercado de Natal e de um torneio de futebol associativo.

Mas há eventos, na Casa da Cultura, na Igreja, na Biblioteca Municipal na Loja Interativa de Turismo e nas ruas. Nas ruas circulam as pessoas. De evento em evento animam também o comércio e as esplanadas da cidade. Há muito tempo que não se via a cidade assim. Mas a animação também se vive em Lordelo, no Pavilhão Rota dos Móveis, em Rebordosa, Gandra, Baltar, Cete, Sobreira e um pouco por todo o concelho. Há uma saudável competição entre os fregueses e parece haver uma nova alegria. Nada como o espírito natalício para esquecer as tristezas e a penúria. Magia é fazer acontecer e também fazer tanto com tão pouco. As escolas, as associações, o conservatório, as bandas, os grupos etnográficos, os comerciantes, os cidadãos criativos, os autarcas, todos deram as mãos e em pouco tempo concretizaram o sonho. E não faltará uma festa de fim de ano no parque José Guilherme, sala de visitas do município, com artistas convidados e fogo-de-artifício.

Tudo isto é o que sempre devia ter sido. Quanto tempo se perdeu. Nem tudo estará bem mas é um princípio. Paredes renasce. É um tempo de sonho e fantasia. Mas não nos iludamos. Paredes não pode esquecer que à bonança sucede a tempestade e a fantasia dá lugar à realidade. Em Paredes ainda pouco sabemos da realidade. Receio que esta seja um pesadelo que venha estragar a festa. Valha-nos S. Nicolau, o patrono das causas difíceis e que os Reis Magos nos tragam de presente as soluções que precisamos.