No rescaldo das eleições autárquicas, a contabilidade é muitas vezes tramada. No caso da estrondosa derrota da candidatura da coligação do PSD e do CDS-PP, além dos óbvios derrotados Simão Ribeiro, Gaspar Ribeiro, Leonel Vieira, Carlos Nunes e Pedro Amaral, há outros protagonistas vencedores e outros derrotados.

Fausto Oliveira é um dos vencedores e por motivos menos óbvios. Consegue chegar ao seu último mandato com votação reforçada mas, melhor, capitaliza o desastre da Coligação para se afirmar como o candidato alternativo à presidência da Câmara, uma ambição que lhe foi cerceada nesta candidatura por Simão Ribeiro e pelo medo de perda da presidência da freguesia com outro candidato. Fausto esfregou as mãos na noite das eleições porque sabe, perfeitamente, que o PSD está reduzido a duas possibilidades dentro de quatro anos: novamente colocar Simão Ribeiro a candidato (tornando-o um Leonel Vieira) ou escolhê-lo a si. Poderia haver uma terceira alternativa – escolha de um candidato de fora – mas isso é um risco demasiado elevado por muitos motivos que se poderiam elencar. Fausto Oliveira aguardará o seu momento, sapiente e taticamente, como já nos habituou.

Armando Silva é outro dos derrotados da noite. Perdeu mais de 700 votos entre eleições. A freguesia está com as contas “nas lonas”, fruto de uma gestão desastrosa e depois de ter milhares de euros nas suas contas. Isto quanto os investimentos não são visíveis e, Santo Estêvão, bem que se pode queixar de ter sido abandonada pelo dito senhor desde a sua primeira eleição. É bem possível que a freguesia venha a implodir em breve e por culpa do próprio…

Curiosamente, nos derrotados podemos incluir um órgão de comunicação social. Apesar do estatuto editorial afirmar “O Louzadense” como independente, é bem-sabida a sua inclinação e o esforço que colocou a “semear propaganda” e, no próprio dia das eleições, a fazer o trabalho de frete no episódio “Moisés”, devidamente engendrado e planeado. E atenção, não há qualquer problema com isso, porque desde o século XIX que sabemos o que é a imprensa tem cor, tem donos e tem interesses. O jornalismo independente é cada vez mais uma quimera e este órgão de comunicação social não faz parte dela. Agora, não tentem vestir o “lobo com pele de cordeiro”… Se é, assumam; Se é, não sejam hipócritas; Se é, é e ponto, sem travestismos e sem tretas. Quase me sinto na obrigação de frontar para que sejam verdadeiros…