Normalmente, a empresa RAID TUR- Viagens, de Raimonda, Paços de Ferreira, faz, anualmente, aproximadamente 1400 viagens de turismo em autocarro, algumas de seis a 12 dias pela Europa. Devido à COVID-19, já ouve desmarcação de todos os serviços agendados e os funcionários foram colocados em lay-off. “Perdemos em média, desde o início da pandemia, cerca de 175 mil euros, um valor muito alto. Em 2019, a facturação chegou perto dos 270 mil euros”, dá como exemplo Pedro Ferreira, responsável pela empresa.

A Raid Tur – Viagens integra o grupo SOS Autocarros que está a reivindicar apoios para o sector, que “foi o primeiro a parar e será o último a arrancar”. As quebras poderão chegar a 90%, antecipam.

“O nosso sector representou 150 milhões de facturação em 2019, emprega mais de 2000 pessoas, com a participação de praticamente 250 empresas. A inibição de circulação de pessoas pela pandemia do COVID- 19 colocou todas as empresas de autocarros de turismo de Portugal num cenário de falência em poucos meses, pois perderão mais de 90% das receitas previstas para 2020. Não só estão em risco os postos de trabalho, mas também centenas de milhões de euros de património dos investidores, dos bancos e dos próprios contribuintes”, lamenta Pedro Ferreira.

Online, está em curso uma petição que conta já com mais de 2.200 assinaturas, pedindo ajuda ao Governo com medidas de salvaguarda dos postos de trabalho e de retoma à economia.

“O fim do nosso sector resultará numa incapacidade estrutural do sector do turismo produzir como um todo, por impossibilidade de transporte dos passageiros para além dos aeroportos e portos nacionais. Estão em causa também os 15 mil milhões de euros anuais de contributo do turismo para o PIB nacional”, salienta o documento.

Pedro Ferreira defende que é preciso um plano de recuperação para o sector assente em seis eixos: gasóleo profissional para o transporte de passageiros pesados; isenção de portagens no distrito da sede da empresa; rectificação da lei que tutela o transporte colectivo de crianças, permitindo o aumento da idade dos autocarros a utilizar para os 25 anos; aquisição de seguros numa base criada em conjunto por micro empresas; que os impostos a partir de Março 2020 sejam completamente anulados para empresas que estejam paradas entre 50% a 100% até que a situação se encontre resolvida; e obrigar as seguradoras a protelar os pagamentos sem perda das obrigações da parte da seguradora e as viaturas estejam comprovadamente imobilizadas.