José Baptista PereiraNa última reunião da Câmara Municipal de Paredes, foi aprovado o Relatório e Contas relativo ao exercício de 2015. A votação não foi unânime. Os quatro vereadores do PSD, com pelouro e responsabilidade executiva, assim como o Presidente votaram a favor. Os quatro vereadores do PS, destituídos de qualquer pelouro e com meras funções de votantes, votaram contra. Não se esperaria outra coisa. Os primeiros não iriam votar contra o resultado da sua gestão, ou por solidariedade, da gestão dos seus colegas de grupo. Dos segundos não se esperaria que votassem a favor de um relatório que representa o resultado de uma política de gestão em que não foram ouvidos nem achados e de que discordam no que lhes é permitido conhecer.

Os vereadores do PS Paredes, na altura da discussão e votação em reunião de câmara, apresentaram os motivos que sustentam a sua votação:

1-     A Câmara Municipal de Paredes volta a apresentar Resultado Negativo no exercício de 2015 no montante de 3 Milhões de euros

2-     A execução Orçamental da Câmara de Paredes volta a ser muito baixa, o que revela uma vez mais a apresentação de Orçamentos irrealistas e desajustados da realidade. A Câmara apenas executou 67% do Orçamentado.

3-     A divida da Câmara continua em valores elevadíssimos (53 milhões de euros). O Passivo conhecido da Câmara Municipal de Paredes é no final de 2015 superior a 100 milhões de euros.

4-     As contas da Câmara  Municipal continuam de tal forma desequilibradas que a Câmara continua à espera do visto do Tribunal de Contas para a realização de mais um empréstimo de saneamento financeiro no valor de 11.761.348,00 Euros a 14 anos.

5-     Isto é tanto mais grave, quanto as grandes obras realizadas no mandato passado foram os Centros Escolares que tiveram subsídios a fundo perdido na ordem dos 85% e durante o atual mandato não foram realizadas quaisquer obras.”

Quem de fora analisa estas contas perde-se numa infindável lista de números e termos de difícil compreensão. É uma leitura árdua para um leigo. A sua interpretação tem que ser acompanhada por quem entenda porque há várias maneiras de anunciar os resultados, sem deixar de manter a verdade dos factos.

O orçamento previsto para o ano de 2015 já foi o mais baixo da última década na Câmara de Paredes. Mesmo assim, a sua realização ficou pelos 67%. No seu anúncio público o executivo da autarquia diz que realizou 91,43% mas refere-se apenas à “receita corrente” e não à receita global prevista no orçamento. Houve um esforço de contenção nas despesas e no abatimento da dívida em cerca de 7 milhões. A dívida corrente continua elevada (53 milhões) e o passivo no fim de 2015 era superior a 100 milhões. Mas reconheçamos que neste ano de 2015 houve um sinal favorável que interpretamos como um reflexo da ação crítica da oposição e às recomendações dos organismos reguladores, nomeadamente do Tribunal de Contas. Desejamos que essa contenção se mantenha em 2016 e 2017 e não haja um novo abrir da bolsa com a aproximação das eleições autárquicas.