“Devolver o PSD ao poder em Valongo”, organizando o partido e afinando a máquina para o trabalho que precisa de ser feito nos próximos três anos, até às autárquicas de 2025. É esse o principal propósito da candidatura de Daniel Felgueiras à presidência da comissão política do PSD Valongo. “É o objectivo que todos nós queremos”, garante.

As eleições são no dia 8 e há pelo menos dois candidatos. Hélio Rebelo também anunciou uma candidatura. Isso não é sinal de divisão, sustenta. E no dia a seguir às eleições o desafio é para todos se unam em torno de uma meta comum.

É preciso tirar o concelho do “marasmo” a que o Partido Socialista o conduziu, argumenta Daniel Felgueiras. Parar com de gastar dinheiro com “obras de cosmética”, resolver os problemas de acessibilidade e de limpeza urbana, entre outros.

Mal vença as eleições, o candidato quer implementar roteiros para levar as ideias e propostas do partido até à população, assim como criar uma newsletter.

“É saudável haver duas candidaturas e discussão”

“Lidero esta candidatura porque quero, em conjunto com a minha equipa, construir um percurso e projecto que nos permita vencer as próximas eleições autárquicas”, anunciou Daniel Felgueiras em carta aos militantes. Um percurso que, aponta, “será alicerçado na vasta experiência política, assim como na experiência e determinação dos membros da equipa” que o acompanham.

“Temos de arrancar o nosso concelho e as suas gentes do marasmo a que o Partido Socialista nos sujeita há demasiado tempo. Tem que ser o PSD a iniciar um novo ciclo, de esperança, de verdadeiro desenvolvimento económico, social e cultural para todos os valonguenses”, explica.

Trata-se de uma candidatura que não quer avaliar o passado, mas olhar para o futuro, salienta o candidato. “Neste momento temos de dar uma arrumação ao PSD local. Cada um, para trás, fez o que conseguiu e podia fazer. Agora temos de organizar o partido de maneira diferente, para que seja uma máquina afinada ao longo dos próximos três anos, para atingir um objectivo que todos nós queremos: ganhar a Câmara”, descreve Daniel Felgueiras.

2025 representa uma viragem. O actual presidente da Câmara, José Manuel Ribeiro (PS), não se pode recandidatar. E o próprio PS vai-se debater com disputas internas, acredita o social-democrata. Além disso, o momento político nacional tem-se vindo a degradar e as autárquicas também serão usadas para dar cartões vermelhos e amarelos ao Governo, lembra. “Temos, daqui por três anos, uma oportunidade de ouro que não podemos desperdiçar. Não podemos desperdiçar energias internamente ou não vamos estar em condições de atingir o objectivo autárquico”, afirma o candidato do PSD.

Ainda assim, Daniel Felgueiras não acha que o facto de existiram duas candidaturas à liderança do PSD Valongo possa prejudicar este intuito. “É saudável haver duas candidaturas e discussão, se ela for elevada. Mas também é saudável que no momento seguinte ao resultado eleitoral as pessoas se unam à volta de um objectivo comum. É isso que acho que estou em condições de fazer. Contarei com todos os militantes no dia seguinte às eleições”, garante, acrescentando que respeitará “sempre a pluralidade de opiniões e a democraticidade interna”.

Também descarta a ideia, lançada pelo adversário, Hélio Rebelo, de que a sua candidatura é de continuidade e que “as mesmas pessoas” não serão capazes de fazer melhor. “Se a minha candidatura é em torno das mesmas pessoas a dele também é. Não vou entrar nesse caminho nem em guerras internas, é infrutífero”, defende. “Rodear-me das pessoas em quem confio é normal e não aceito que isso seja classificado como continuidade”, refere ainda. Segundo a carta divulgada, farão parte da lista António Pedro, António Manuel de Sousa Silva, Armanda Bragança, Carla Gomes, Carla Marques, Cátia Barbosa, Constâncio Gaspar, Campos Garcia, Fátima Aparício, Juliana Palhau, Manuel da Costa Coelho e Maria da Trindade Vale, sendo o primeiro subscritor Miguel Santos, vereador e deputado à Assembleia da República.

“Marasmo” e “obras de cosmética”

O PSD quer ser alternativa à governação socialista. Uma governação marcada pelo “marasmo” e “obras de cosmética”.

“Na campanha, em 2021, referíamos que tínhamos de tratar da acessibilidade, das vias e arruamentos do concelho. Está mais que evidente que não se consegue circular no concelho. Apesar disso, continua-se a gastar dinheiro em edifícios de cosmética, em vez de resolver as dificuldades de mobilidade inter-freguesias e que lançar vias e arruamentos e organizar o trânsito”, critica Daniel Felgueiras.

Há “obras de cosmética” e “não essenciais” que estão a ser feitas no concelho, gastando verbas “que vão fazer falta” e que deviam ser usadas para “ajudar as pessoas”, num país que sai de uma pandemia e começa a viver uma crise, defende. Um exemplo é a Casa da Democracia, cujo valor já está a resvalar e a exigir novos empréstimos, e “que vai chegar aos 20 milhões”, como o PSD tem afirmado.

Também é preciso, dá como exemplo, resolver problemas de limpeza urbana no concelho. “Não há estabilidade na recolha e há lixo acumulado em todo o lado. O serviço está desajustado à realidade que temos”, alega.

“A Câmara está perdida e não sabe gerir o dia-a-dia e não está a saber programar o futuro do concelho. Estas decisões vão todas cair em cima do próximo presidente de câmara, incluindo muitos empréstimos contratados com 24 meses de carência”, elenca.

Com ele na liderança do PSD, serão criados roteiros em todas as áreas, económicos, sociais e culturais, e vão estar no terreno, junto das pessoas, para ouvir problemas e apontar as respostas social-democratas. Também vão divulgar uma newsletter falando à população do que está mal e dizendo o que fariam de diferente, e usar outdoors. “Essa estratégia vai ser colocada em funcionamento no dia seguinte e sermos eleitos”, garante.

“É preciso começar agora, não é a um ano de eleições que o processo será bem sucedido. Tem de ser um trabalho de fundo”, sustenta o candidato.  

Daniel Felgueiras tem 48 anos e é director de exportações de uma empresa. É militante há cerca de 20 anos, já presidiu ao Núcleo de Ermesinde do PSD, onde “arrumou a casa”, e é membro da Assembleia Municipal pelo quarto mandato. Candidata-se à comissão política concelhia, como cabeça de lista, pela primeira vez.