As contas da Expoval – Mostra das Atividades Económicas do Concelho de Valongo, fecharam com um défice de mais de 110 mil euros. Na última reunião de executivo foi aprovada uma adenda ao protocolo com a Cooperativa dos Produtores Agrícolas de Valongo, para que a Câmara assuma essa despesa.

O PSD votou contra e quer saber quem são as empresas que prometeram patrocínios e não cumpriram. Apresentou um requerimento para conhecer a lista.

Despesas extra e patrocínios não cumpridos

Segundo a proposta levada a reunião de câmara a Câmara e a Cooperativa dos Produtores Agrícolas de Valongo assinaram, este ano, como é hábito, um protocolo em que se define a partilha de responsabilidades na organização do evento.

“No segundo trimestre deste ano foi estabilizada uma programação para o evento, com base num conjunto de receitas/patrocínios expectáveis e de despesas, que perspetivavam, com bastante certeza, a sustentabilidade financeira do mesmo”, refere o documento, mas “no decurso da preparação do evento, “foram incluídas algumas iniciativas cujas despesas não estavam previstas na primeira proposta”. A par disso, continua a proposta, “apesar de todos os esforços efectuados, algumas das empresas que tinham assumido, informalmente, o seu patrocínio não deram sequência ao acordado”.

“A redução do valor da receita expectável em patrocínios e o valor de despesas não previstas, nomeadamente o considerável aumento na prestação de serviços de montagem de tendas e mobiliário, reflectiu um impacto negativo nas contas da Expoval’19”, num total de 110.554 euros. Para resolver este desequilíbrio nas contas, a câmara vai assumir os custos.

Segundo José Manuel Ribeiro, a situação é idêntica à vivida em 2017. “A Expoval é um investimento caro. Vamos cobrir os custos e fechar as contas. Não vamos abdicar deste evento”, disse o presidente da Câmara antes da votação da proposta.

“Mais uma vez a culpa é dos patrocinadores. Continuamos à espera da lista dos que falharam em 2017. Mais uma vez apresentamos um requerimento para que seja divulgada essa lista. A população tem o direito de saber quem são os empresários que mentiram, que disseram que iam patrocinar e não patrocinaram”, apontou Luís Ramalho, do PSD. A oposição também não concordou com a forma usada para pagar a despesa extra. O partido alegou que, ao invés de uma adenda ao primeiro protocolo, devia ser atribuído um subsídio extraordinário.

A proposta foi aprovada com os votos contra do PSD.

PSD foi o último a conhecer edifício

Na mesma reunião, realizada em Sobrado, o PSD criticou o facto de só ter conhecido oficialmente o projecto para a construção do novo edifício da Câmara Municipal de Valongo depois da apresentação pública.

Durante a votação da proposta que visava a aprovação do estudo prévio do projecto de arquitectura, com a deliberação do início do procedimento para os novos Paços do Concelho e Centro Cívico, o social-democrata Luís Ramalho apontou a importância de a democracia ser respeitada. “Estamos a deliberar o projecto de arquitectura quando isto já foi apresentado publicamente. É um abuso da sua parte. Somos nove vereadores e não seis”, sustentou, caracterizando a situação como lamentável. “Tente pelo menos respeitar a ordem natural das coisas”, disse a José Manuel Ribeiro.

Antes, o autarca, tinha afirmado que o edifício vai ser marcante para o concelho, tanto em termos estéticos como do ponto de vista do impacto político já que vai ser o primeiro em que todos os vereadores da oposição têm gabinetes junto aos gabinetes dos vereadores com pelouros. Salientou ainda o facto de 70% do edifício ser rapidamente configurável para se adaptar às mudanças de governação, entre outros. A proposta foi aprovada com a abstenção do PSD.

Foi também aprovada, desta vez por unanimidade, a declaração de utilidade pública com carácter de urgência e a tomada de posse administrativa das três parcelas de terreno, com aproximadamente 11 mil metros quadrados, no centro da cidade, onde vão nascer o novo edifício dos Paços do Concelho e o centro cívico. O montante global da expropriação é de cerca de 1,3 milhões de euros.