Entre 2015 e 2017 foram registadas nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde cerca 7.000 quedas por ano. Para contrariar esta tendência, o Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS) implementou uma estratégia interna de melhoria para diminuir a sua taxa de quedas que tem vindo a dar frutos.

Segundo dados hoje divulgados pelo centro hospitalar, a diminuição do número de quedas tem sido “drástica”. Baixou de 5,41 quedas por 1000 camas ocupadas/dia, em 2015, para 2,09, em 2017. “No último semestre de 2018, este número baixou para 2,01, o que significou uma redução de 3,84%. Em 2019, a descida mantém-se e, para reforçar esta tendência, estão a ser entregues meias anti-derrapantes a doentes no internamento”, explica o CHTS em comunicado.

Citando dados da Direcção-Geral da Saúde, o CHTS salienta que as quedas são o incidente mais reportado que envolve doentes em ambiente hospitalar. “Entre 2015 e 2017, foram registadas 22.799 quedas de doentes nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), 7.000 quedas em hospitais por ano, de um total de 47.090 eventos adversos, sendo a principal causa de incidentes a nível de segurança interna nos hospitais”, sustenta a mesma fonte.

Entre os factores que potenciam os acidentes estão “o estado de saúde do doente, a idade cada vez mais avançada dos doentes internados, consequências do uso de fármacos e o uso de vestuário ou calçado inadequado”.

Nos anos de 2017 e 2018, 18,3% das quedas ocorridas no CHTS estiveram associadas ao uso de calçado inadequado, constata o centro hospitalar que optou por adoptar medidas preventivas, entregando meias anti-derrapantes a doentes no internamento.

“Apesar do custo envolvido, os ganhos obtidos com esta medida são muito significativos, não somente na segurança dos doentes, mas na diminuição de tempos de internamento e dos danos que as quedas evitadas poderiam trazer”, defende Carlos Alberto, presidente do conselho de administração do CHTS, citado em nota de imprensa.

Para evitar quedas, o centro hospitalar deixa ainda conselhos aos doentes: “a roupa a trazer para o internamento não deve ser apertada para não restringir os movimentos, o comprimento das calças, camisas de noite e robes deve ser adequado à estatura para evitar o tropeçar, o calçado deve ter sola anti-derrapante e calcanhar fechado, privilegiando o uso de calçado com plataforma larga que favorece um maior contacto com o solo, eliminando a utilização de chinelos”.