A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Freamunde assinalou o 88.º aniversário, este sábado, com a tomada de posse do novo segundo comandante, Nuno Brito. Durante a cerimónia deu-se ainda a passagem de 29 recrutas a bombeiros e realizaram-se as habituais promoções e condecorações aos soldados da paz.

Ao Verdadeiro Olhar, o novo segundo comandante referiu ser uma responsabilidade acrescida assumir este cargo e admitiu já conhecer a equipa do comando, da qual faz parte, e querer começar a trabalhar de imediato para ajudar a estrutura do corpo activo a cumprir com a missão no apoio à comunidade.

“É um dia especial embora as minhas funções nos últimos dois anos foram de apoio directo  ao novo comando. Confesso que não vou sentir muita diferença. Já tive no comando, já fui adjunto do comando, tive uma comissão de cinco anos.  Sei que a responsabilidade é acrescida, mas o trabalho será o mesmo. É apenas a continuidade do trabalho que tenho vindo a fazer”, adiantou.

“Sou natural de Freamunde, nasci dentro deste corpo de bombeiros, a minha mãe teve-me dentro deste corpo de bombeiros”

Nuno Brito, engenheiro da construção civil, destacou também que o facto de conhecer como ninguém o quartel, de ter nascido nos bombeiros, uma vez que os seus pais eram quarteleiros, e de conhecer como ninguém as suas necessidades e motivações, permitem-lhe ter um conhecimento mais cabal da corporação e da associação.

“Sou natural de Freamunde, nasci dentro deste corpo de bombeiros, a minha mãe teve-me dentro deste corpo de bombeiros. Desde que nasci que estou cá na casa e é normal que tenha uma ligação mais forte com o pessoal do quadro activo porque alguns deles entraram comigo nos bombeiros e fazem parte do meu grupo de amigos, existe uma relação quase familiar e de amizade”, expressou.

Falando das suas novas funções enquanto segundo comandante, Nuno Brito esclareceu estar com vontade de fazer coisas novas, motivar os seus homens em criar novos objectivos.

“Hoje em dia pede-se muito aos bombeiros e não se dá nada em troca. Tenho estado ligado sempre à formação, tenho-lhes dado tudo o que aprendi, mas espero implementar novos projectos para que se sintam mais motivados para fazer o seu trabalho e me ajudarem a fazer o meu”, declarou.

O comandante dos Bombeiros Voluntários de Freamunde, José Domingos, realçou as qualidades técnicas e pessoais do novo segundo comandante como sendo uma mais-valia para o corpo activo.

“Nuno Brito é uma mais-valia para a corporação, nasceu no corpo de bombeiros, é filho dos ex-quarteleiros e vai estar aqui muitos anos a acompanhar-me nesta missão”, afirmou, relevando o facto da instituição dispor de um corpo activo motivado e actuante, dispor de mais 29 elementos que passaram a integrar o corpo activo e da associação ter um legado de 88 anos, o que faz desta colectividade uma referência na região e no distrito do Porto.

“Temos um corpo de bombeiros bem dimensionado”

Falando do parque automóvel, José Domingos avançou que a corporação está bem equipada, dispões de mais de 20 viaturas de combate a incêndios e viaturas de saúde, admitindo, no entanto, haver necessidade de ir renovando algumas das viaturas.

Quanto aos recursos humanos, o comandante dos Bombeiros de Freamunde destacou que com a admissão dos 29 bombeiros, a corporação ficou com 100 elementos no quadro activo.

“Temos um corpo de bombeiros bem dimensionado. Não  precisamos para já de mais elementos, embora sempre com a preocupação de ir renovando porque há sempre bombeiros que vão saindo, vão atingindo o limite de idade”, sustentou, acrescentando que a corporação dispõe de  três equipas de intervenção permanente, num total de 15 elementos em permanência nesta fase de empenhamento, fase quatro.

“Estamos prontos para o que der e vier embora esperando que o tempo nos ajude e não haja ocorrências de maior”, acrescentou.

O presidente da direcção dos Bombeiros Voluntários de Freamunde, José Costa, recordou os fundadores e os muitos intervenientes que deram corpo e expressão à instituição desde as suas origens, o trabalho dos bombeiros e bombeiras que ao longo da sua existência contribuíram para fazer desta colectividade uma referência no socorro e na protecção às pessoas e à salvaguarda dos seus bens.

“Os momentos de alegria dão-nos coragem para continuar enquanto os momentos de tristeza remetem-nos para alguma reflexão. Nesta reflexão queria lembrar uma pessoa que deixou a família dos bombeiros  há pouco tempo, o sub-chefe José Nogueira. Os bombeiros merecem todo o nosso respeito e carinho e temos realizado esforços no sentido de lhes proporcionar boas condições para que desempenhem com eficácia e eficiência as suas funções sem remuneração nem horário”, disse.

 

“O poder central tem nos bombeiros a sua muleta de salvação e raramente os reconhecem”

O presidente da direcção dos Bombeiros de Freamunde, na sua intervenção, aludiu à falta de apoio por parte do poder central.

“O poder central tem nos bombeiros a sua muleta de salvação e raramente os reconhecem. As direcções passam por momentos financeiros algo constrangedores e nem sempre têm o apoio necessário para dar resposta aos pedidos de socorro e muito menos as condições para os seus efectivos. Temos pois de recorrer ao tecido empresarial e à população em geral. Quero agradecer a todas as empresas que nos têm apoiado e em especial às que nos estão a ajudar a angariar verbas para a aquisição dos novos fatos equipas de intervenção permanente”, concretizou, agradecendo o apoio das juntas de freguesia da área de intervenção dos Bombeiros de Freamunde e da Câmara Municipal de Paços de Ferreira pelo apoio que têm prestado à corporação.

José Costa relevou, também, a escola do novo segundo comandante para coadjuvar o actual comandante referindo-se a Nuno Brito como um operacional com conhecimentos acima da média que os partilha com o corpo activo, uma pessoa que muito fez e faz pela formação dos efectivos do corpo activo.

O presidente da junta de Freguesia de Freamunde, José Luís Monteiro, enalteceu o trabalho realizado pela associação, corpos sociais e soldados da paz e assumiu que na qualidade de autarca irá acompanhar mais de perto o trabalho da colectividade.

“Os tempos que ocorrem não são fáceis para as associações e corpos de bombeiros. As incertezas e limitações provocadas pela inacção dos poderes públicos obrigam os seus directores, bombeiros sem farda, a serem autênticos heróis do desenrasca”

Hugo Ribeiro, segundo comandante da Federação Dos Bombeiros do Distrito do Porto, ressalvou o trabalho dos dirigentes das associações humanitárias num tempo marcado pela falta de apoio dos poderes públicos.

“Os tempos que ocorrem não são fáceis para as associações e corpos de bombeiros. As incertezas e limitações provocadas pela inacção dos poderes públicos e consequentes limitações que impõem ao maior agente de protecção civil, os bombeiros, obrigam estes directores, bombeiros sem farda, a serem autênticos heróis do desenrasca para que nada falte aos seus bombeiros no desempenho da sua missão”, sublinhou.

O representante da Liga dos Bombeiros Portugueses, João Pedro Frazão, também, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Fafe (AHBVF), afinou pelo mesmo diapasão no que toca às dificuldades que afectam as associações de bombeiros de uma forma geral.

“Vivemos tempos complicados naquilo que são os apoios às associações humanitárias. Todos nós dirigentes e bombeiros sentimos na pele a falta de apoio nomeadamente do Governo central. As câmaras ainda são os órgãos regionais que vão dando um forte apoio às associações humanitárias”, afiançou.

“Temos um orçamento limitado, Não devemos nada a nenhuma corporação de bombeiros, mas reconhecemos que aquilo que damos ainda é pouco, mas vamos continuar a apoiar as corporações”

O vice-presidente da Câmara de Paços de Ferreira, Paulo Sérgio Barbosa, elogiou o trabalho da corporação de Freamunde, dos seus órgãos sociais, corpo activo e bombeiros em prol da comunidade.

O vice-presidente reiterou, também, que a autarquia vai continuar a apoiar as duas corporações dos bombeiros, admitindo que o apoio dado, sendo fundamental, ainda é insuficiente.

“Temos um orçamento limitado, Não devemos nada a nenhuma corporação de bombeiros, mas reconhecemos que aquilo que damos ainda é pouco. Garantimos as equipas de intervenção permanente nas  duas corporações e vamos continuar a apoiá-las no cumprimento das suas missões e daquilo que são os seus objectivos”, atestou.

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