O Bloco de Esquerda questionou o Ministério do Ambiente e da Acção Climática sobre quando entrará em funcionamento a nova ETAR de Arreigada, em Paços de Ferreira. Falando em novas descargas no Rio Ferreira, o partido perguntou ainda o que levou a este atraso já que, segundo declarações do próprio ministro, deveria estar a funcionar desde o início de Fevereiro. “Tem a ETAR todas as licenças necessárias, nomeadamente a que estava em falta à data de Janeiro?”, interrogou Maria Manuel Rola.

“Aquele que o Ministro do Ambiente e Acção Climática apelidou o pior problema ambiental no distrito do Porto, continua a dar que falar. A ETAR de Arreigada em Paços de Ferreira encontrava-se em obra de remodelação e ampliação e deveria já ter sido inaugurada”, critica o partido, lembrando que no âmbito da audição na especialidade do Orçamento de Estado para 2020, em meados de Janeiro, Matos Fernandes garantira que “em 15 dias a três semanas a ETAR estará pronta e ligada“.

“O Bloco de Esquerda considera urgente uma solução para a  ETAR, em causa, de forma a assegurar o tratamento de todas as águas residuais  e a impedir descargas de efluentes não tratados para o rio Ferreira”, afectando sobretudo a freguesia de Lordelo, em Paredes, onde há queixas de novas descargas e maus-cheiros.

A obra de remodelação e ampliação da ETAR devia ter terminado no final do ano passado, mas seguia-se a fase de instalação de equipamentos e testes.

Questionada, a Câmara Municipal de Paços de Ferreira, que está a executar a obra de mais de cinco milhões de euros, garante que não têm havido descargas ilegais. “A ETAR está em funcionamento, já com um conjunto de novos equipamentos instalados no âmbito da total requalificação em curso. A fase final da empreitada está para breve, com o início de funcionamento de um inovador tratamento biológico”, adianta fonte da autarquia.

“Reitera-se que se trata do maior investimento de sempre do município de Paços de Ferreira, superior a 5 milhões de euros, e que tornará a nova ETAR de Arreigada numa das mais avançadas do país. Os problemas de décadas desta estrutura estarão, assim, definitivamente resolvidos em breve”, reforça a mesma fonte.

Contactado, o presidente da Junta de Freguesia de Lordelo, Nuno Serra salienta que as descargas são contínuas, sem tratamento, sendo que nos dias de sol, quando o caudal do rio baixa, se voltam a sentir os maus-cheiros que levaram a vários protestos da população no ano passado. “Com tantas pessoas em causa também houve um aumento no consumo de saneamento”, lembra. Meses depois, tudo continua igual o que é “inaceitável”. “Falta uma inspecção para que entre em funcionamento”, diz Nuno Serra. “Não sei que mais fazer, já bati a todas as portas”, lamenta o autarca local.