O secretário de Estado das Autarquias Locais declarou a utilidade pública da expropriação e autorizou a tomada de posse administrativa do Estádio de Sonhos, em Ermesinde. A tomada de posse do equipamento deverá ocorrer até ao final do ano.

Um ano depois de a Câmara Municipal de Valongo ter pedido à Direcção Geral das Autarquias Locais (DGAL) a declaração de utilidade pública com carácter de urgência do Estádio de Sonhos, com vista à sua expropriação, foi hoje publicado em Diário da República a tão ansiada declaração. Na declaração hoje publicada lê-se que o “secretário de Estado das Autarquias Locais, por despacho de 9 de Agosto de 2016, a pedido da Câmara Municipal de Valongo, declarou a utilidade pública da expropriação, e autorizou a tomada de posse administrativa”.

Com esta decisão, segundo a Câmara Municipal de Valongo, a tomada de posse do equipamento deverá ocorrer até ao final do ano, depois de cumpridos os últimos trâmites legais do processo de expropriação. O presidente da autarquia, José Manuel Ribeiro revela-se “satisfeito” com o desfecho do “processo muito difícil mas onde o interesse público nunca ficou refém de interesses privados!”. “O sonho com mais de 13 anos vai ser realidade até final do ano. Ermesinde vai passar a ter um equipamento público desportivo digno para a prática do futebol! As nossas crianças não terão que sair para outros concelhos vizinhos por não terem condições para a prática desportiva na sua terra, porque investir no desporto é apostar nas pessoas!”, salienta o presidente da Câmara Municipal de Valongo.

A opção pela expropriação do Estádio de Jogos de Sonhos, que foi durante mais de seis décadas utilizado pelo Ermesinde Sport Clube para a prática do futebol, mas “perdido por má gestão” em 2003, explica a autarquia, “surge depois de esgotadas as negociações com o proprietário, que exigia um milhão de euros pelo imóvel”. “Após um processo moroso e complexo, o valor da avaliação do imóvel acabou por descer dos 1.231.857€ estabelecidos em 2013 e ser fixado em 154 mil euros”, acrescenta. No pedido feito à DGAL em Julho do ano passado, a avaliação feita  apontava para 337.500 euros. Valor que foi depois reavaliado, com indicações da DGAL, e desceu para 154 mil euros. De recordar ainda que antes de avançar com a expropriação, o actual Executivo tentou renegociar Com a IMOSÁ, proprietária do equipamento, a proposta do Executivo municipal anterior que incluía a entrega do Complexo Desportivo Municipal dos Montes de Costa e o pagamento de 300 mil euros.

Desfecho imprime “sentimento de justiça” ao ESC1936

O desfecho do processo hoje conhecido é, para o Ermesinde Sport Clube 1936, “uma excelente notícia, aguardada há algum tempo”, afirma Rui Almeida, presidente da Assembleia Geral do clube. A solução encontrada, acrescenta, “vem de encontro àquilo que a Câmara, já no anterior mandato,  tinha prometido junto deste clube que ia no sentido de encontrar uma solução e que passaria pela municipalização do campo”. Com um “sentimento de  justiça” e de clara “satisfação” ficam para trás “três anos de um longo processo, com vários constrangimentos”, diz, com a expectativa de que as “coisas vão voltar à normalidade”. Sobre o que irá agora mudar para o clube, Rui Almeida considera que “muda do oito para o oitenta”, sublinhando que “com todos os constrangimentos passados nos últimos anos, e que levou a questionar o futuro do clube, conseguimos ter êxitos desportivos com a equipa sénior e manter a formação de camadas jovens”. “Agora temos a expectativa de dar um salto de qualidade e conseguir dotar a freguesia de todas as condições para a prática desportiva, acabando com as saídas de jovens para outras colectividades vizinhas”, acrescenta, relevando o “ânimo renovado” com que o clube agora se apresenta.