A Associação de Diabéticos do Vale do Sousa (ADI) completou recentemente o seu quarto aniversário. A oportunidade foi aproveitada pela dirigente da instituição, Rita Nogueira, para chamar a atenção para a importância de tratar a diabetes, mas também de prevenir esta patologia que pode ter consequências significativas na qualidade de vida.

Ao Verdadeiro Olhar, a presidente da ADI, enfermeira na Unidade de Saúde de S. Martinho, em Penafiel, revelou que os dados existentes na região e no país apontam para um acréscimo da diabetes nos jovens.

“Há jovens na faixa dos 18-20 anos que começam a aparecer com a diabetes tipo 2. Verificamos que mesmo na população adulta, com idades entre os 40 e 50 anos, a diabetes está a surgir numa idade mais precoce e há que actuar ao nível da prevenção”, assegurou, reforçando a necessidade de dar conhecimentos aos doentes para saberem como prevenir a diabetes e como lidar com a doença.

A enfermeira explicou que, apesar da diabetes tipo 2 ser mais comum e estar mais associada a uma faixa etária a partir dos 50 anos enquanto a diabetes tipo 1 surge mais em crianças e jovens, os dados revelam que a diabete tipo 2 começa já a ser frequente, também, entre os jovens.

Além dos factores genéticos, esta patologia está associada ao sedentarismo, à ausência de exercício físico e aos maus hábitos alimentares.

“Há cinquenta anos atrás fazíamos quase tudo a pé, hoje isso é praticamente impossível e mesmo para fazer 100 metros há quem não dispense a viatura. Isso faz toda a diferença ao nível de saúde”, avançou.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), a diabetes é uma doença crónica que atinge mais de 500 mil pessoas em Portugal. A cada 10 segundos morre uma pessoa vítima da doença e prevê-se que os índices de mortalidade aumentem 25% na próxima década.

“Queremos continuar a crescer de uma forma sustentada, temos protocolos firmados com vários parceiros e entidades, mas estamos receptivos a acolher novos associados e estabelecer protocolos com outras entidades e instituições que pretendam colaborar connosco”

Em dia de aniversário, Rita Nogueira realçou o trabalho já realizado e enfatizou a necessidade da instituição continuar a crescer quer em número de associados quer em termos de visibilidade, dando-se a conhecer à comunidade e usando todos os veículos de comunicação para melhor passar as suas mensagens junto da população diabética do Vale do Sousa, nomeadamente dos concelhos de Penafiel, Paredes e Castelo de Paiva.

“Queremos continuar a crescer de uma forma sustentada, temos protocolos firmados com vários parceiros e entidades, mas estamos receptivos a acolher novos associados e estabelecer protocolos com outras entidades e instituições que pretendam colaborar connosco. Estamos a falhar nos canais de comunicação e esse será um desafio que teremos de ultrapassar de forma a fazer passar a mensagem e estarmos mais próximo da comunidade e em especial da comunidade diabética”, disse, salientando que a ADI tem como propósito a promoção e protecção da saúde bem como a defesa dos interesses dos  diabéticos.

A associação tem apenas 50 associados.

Falando dos objectivos e da missão da associação, Rita Nogueira realçou que a instituição tem também como propósitos desmistificar a doença junto da sociedade com o intuito de possibilitar à comunidade diabética uma efectiva integração social e uma melhoria significativa da sua qualidade de vida.

“Actuamos com o objectivo de compreender melhor a doença, divulgando e alertando para a sua dimensão crescente como problema de saúde pública e, como tal, criando estruturas e soluções capazes de dar resposta aos problemas com que o diabético  se depara diariamente”, expressou.

Referindo-se ao plano de actividades, Rita Nogueira revelou que a associação tem promovido acções de formação e educação bem como investigação científica no âmbito da diabetes e participado da realização de congressos e conferências.

“Fizemos há dois anos no Museu Municipal um colóquio, promovemos uma conferência na Fundação a Lord e temos incrementado actividades lúdicas, encontros de convívio e desportivos, rastreios, participado em feiras da saúde e outras acções comunitárias de consciencialização e sensibilização para a doença”, disse, salientando que além da avaliação da glicémia, tensão arterial e peso. As enfermeiras da ADI facultam ainda informação sobre a importância de manter uma vida saudável, alimentação equilibrada e a prática de exercício físico regular.

Além da informação que presta à comunidade de diabéticos, a associação facilita aos associados o acesso a cuidados de saúde especializados.

 “Continuar a trabalhar com a ADI”

A vereadora e vice-presidente da Câmara de Penafiel, Susana Oliveira, que esteve presente na cerimónia de aniversário da ADI, revelou que a autarquia está disponível para colaborar com a associação.

“Desde a sua fundação que a câmara municipal se disponibilizou para ajudar. Esta associação trabalha muito bem a área da diabetes, no acompanhamento e prevenção da doença. A associação já fez um caminho, está numa fase mais consolidada e está a chegar a mais pessoas e o facto de integrar os seus órgãos sociais pessoas com diabetes é um outro sinal de abertura de que a informação começa a chegar à comunidade de diabéticos e que a actividades as muitas iniciativas que tem realizado começam a ser veiculadas”, avançou.

A ADI tem a sua sede no edifício da Junta de Freguesia de Milhundos, instalações facultadas pela Junta de Freguesia de Penafiel.