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A Assembleia Municipal de Valongo foi de encontro ao que havia acontecido em reunião de Câmara e votou contra o pedido de reconhecimento de ‘interesse público municipal’ para duas centrais fotovoltaicas, a edificar em Campo e Sobrado, requerido pelas empresas promotoras Compatiblespirit e a Singular Sphere, Lda.

Os projectos, similares, foram considerados dúbios, porque “não satisfazem as necessidades que eles próprios invocam”, sublinhou Hugo Padilha, deputado da maioria socialista.

Para além disso, “nada está garantido” relativamente à produção de energia para o concelho de Valongo, até porque a ideia seria que fosse injectada na rede. Também “a freguesia de Sobrado nunca foi ouvida” nesta matéria, e desconhece-se o “impacto no ecossistema, no ambiente” e no “património arquitectónico que tem que ser defendido”, justificou o deputado.

Já o vereador Paulo Esteves Ferreira fez questão de dizer que Valongo “não está contra” estes equipamentos que são uma “solução que já está a ser adoptada pelo município”. Mas “a energia produzida deve ser consumida no concelho”, o que não acontece” nesta proposta.

Paulo Ferreira disse ainda que houve uma reunião com os promotores que não serviu para clarificar o projecto, ficando o executivo sem saber quais os benefícios que ia trazer para Valongo.

Também Fernando Barbosa, do Bloco de Esquerda, anuiu a esta postura justificando que, “e apesar de estar em causa uma energia limpa”, a central terá “impacto junto da população, dos solos e na vegetação”, entre outras, justificando, assim, o voto contra.

Quem interveio na Assembleia Municipal sobre esta matéria foi Alfredo Sousa, presidente da União de Freguesias de Campo e Sobrado, para lembrar que as populações daquela zona “têm tido muitos dissabores” com outros equipamentos que ali nasceram.

Por isso, há muitas perguntas sem resposta que têm que ser consideradas, como o que será feito, daqui a 25 anos, aos “100 mil painéis solares” que ali iriam ser instalados. “Vão ser reciclados? Vêm outros?”, questionou o autarca que se congratulou pela postura da Câmara e dos deputados municipais nesta matéria.

Recorde-se que a Câmara de Valongo já tinha votado contra este investimento por antecipar “fortes impactos negativos”.

Entretanto, Paulo Esteves Ferreira anunciou que as empresas já vieram, junto da autarquia, dizer que “o projecto vai ser reformulado”.