À conta da Universidade Nova ter proibido o politólogo Jaime Nogueira Pinto de participar numa conferência-debate, organizada por um grupo de estudantes, o país parece ter despertado para os tiques totalitários que tentam, a toda a força, limitar a nossa liberdade de pensamento e de expressão.

Primeiro, o episódio da Universidade Nova. Um grupo de estudantes organizou uma conferência-debate sobre actualidade política e convidou o politólogo Jaime Nogueira Pinto para participar. Um outro grupo de estudantes de esquerda entendeu que se tratava de uma iniciativa perigosa, porque, espante-se, o politólogo convidado pensa diferente dessa esquerda paternalista que gosta de pensar pelos outros. A direcção da Universidade deixou-se intimidar e cancelou a iniciativa. O Ministro da Educação fez de conta que nem se apercebeu do sucedido.

Este lamentável episódio parece-me ser a ponta de um enorme icebergue. A inédita aliança do PS com os partidos de extrema-esquerda está a gerar na sociedade uma asfixia à liberdade de expressão, com atitudes de intolerância, contra quem pensa de forma diferente e se atreve a discordar das opções políticas do momento.

A asfixia democrática vai desde a censura, como no caso de Jaime Nogueira Pinto e a Universidade Nova, à tentativa de interferência no Banco de Portugal, às violentas críticas à presidente do Conselho de Finanças Públicas, Teodora Cardoso, passando pelos insultos e má-criação que invadem os debates quinzenais na Assembleia da Republica.

Tudo isto são sinais de intolerância de quem não consegue ouvir os argumentos das pessoas que pensam de forma diferente dos pseudo-intelectuais da esquerda radical.