Durante a última semana, 20 alunos do mestrado de Design de Interiores da ESAD – Escola Superior de Artes e Design construíram, na Casa da Cultura de Paredes, uma árvore de Natal habitável de madeira com sete metros de altura.

O objectivo da “Christmas Treehouse”, que é hoje inaugurada e ficará patente até aos Reis, é estimular a ligação entre os designers e o concelho e a indústria do mobiliário.

O projecto foi lançado pela Câmara Municipal de Paredes.

Fizeram de tudo, desde cortar madeira a aparafusar

Os projectos de autoconstrução já são algo comum para a ESAD, explica o arquitecto e docente João Gomes. Um winebar, um lounge ou um palco para um desfile foram alguns dos espaços já executados. O processo é sempre idêntico: a turma divide-se em grupo e desenvolve várias ideias, sendo depois escolhida a mais viável que é trabalhada por todos.

Este desafio do município, diz João Gomes, que monitorizou o processo, em criar uma árvore de Natal com o material mais usado nas indústrias do concelho foi incomum. Por isso, decidiram fazer um projecto “habitável”. Os alunos, de várias nacionalidades, criaram cinco modelos de árvore, escolheram uma e lançaram mãos à obra.

Ao longo desta semana, fizeram de tudo um pouco, desde cortar a aparafusar. “Ficaram alojados em Paredes, nas residências criativas para designers criadas precisamente para que haja maior ligação entre estes profissionais e as empresas do concelho”, salienta o professor. “Aqui tratou-se de usar o material típico da indústria de Paredes para devolver algo com massa crítica e com design”, sustenta.

Os jovens gostaram da experiência. “Foi o primeiro projecto de construção em que participei. Nunca tinha aparafusado nada”, confessa Raquel Marques, aluna de 21 anos, de Ermesinde. “As indústrias daqui precisam de profissionais como nós. Algumas empresas ainda estão fechadas ao design”, acredita.

Também Carolina Michelotto, aluna brasileira de 28 anos que mora no Porto, nunca tinha construído com as próprias mãos. “As peças são pesadas, mas foi divertido. Ajudei a aparafusar a estrutura e a cortar madeira”, conta. Ao contrário da colega, diz que em Portugal já se aposta no design.