A solidão no isolamento

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O meu nome é Inês Vieira e sou de Penafiel. Tenho 21 anos e sou estudante de enfermagem do 4.º ano. Tal como muitos portugueses, tive a infelicidade de ficar em isolamento numa das alturas mais bonitas e mágicas do ano. Estou em isolamento desde dia 11 de dezembro e só poderei sair no dia 30.

Este vírus afeta não só o nosso corpo, mas também o nosso psicológico de uma forma muito marcante. O isolamento em si já nos coloca em baixo, mas nesta altura do ano, abala de um modo muito mais abrasivo.

Por muito que hoje em dia existiam meios que nos permitem manter o contacto com as pessoas de que gostávamos de estar próximos, nada substitui o calor de um abraço, o carinho de um beijo e a alegria do convívio em família.

Infelizmente há quem se sinta muito sozinho durante o isolamento e não tenha com quem conversar a maioria do tempo. É difícil manter o nosso pensamento ocupado e ter vontade de sair da cama quando temos de estar 24 horas fechados dentro de quatro paredes. É uma realidade que só quem passa por ela sabe os danos que deixa e os milhares de pensamentos negativos que traz a toda a hora.

Como estudante de enfermagem, procurei esta forma de passar o meu testemunho como forma de ajuda, para fazer ver a outras pessoas que é normal sentirem- se tristes, desanimadas e sozinhas… O primeiro passo, é perceber o que estamos a sentir e depois procurar ajuda.

Quem não tiver com quem falar ou a quem pedir ajuda, ligue para a Saúde 24 que lá encontrarão apoio gratuito 24 horas. Confie nos profissionais de saúde, procure a ajuda que precisa.

Não tenha vergonha ou medo de pedir ajuda, é normal que haja o sentimento de solidão, mas, com ajuda e acompanhamento, tudo passa melhor.

Há que ver o lado positivo das coisas e conseguir retirar o melhor de cada dia.

Desejo a todos um feliz Natal.

Inês Vieira