Cerca de 650 idosos de 14 Instituições Particulares de Solidariedade Social passaram uma tarde diferente. O Pavilhão Municipal de Paços de Ferreira foi o espaço escolhido para a terceira edição do Dia Municipal Sénior, iniciativa promovida pela Câmara Municipal de Paços de Ferreira.

Este ano, cerca de 80 actores e actrizes do concelho estiveram em palco, representando as instituições de todas as freguesias, para pequenas interpretações teatrais. Tinham entre 60 e 96 anos porque “o teatro é para todas as idades”, garante Vitorino Ribeiro, responsável pela encenação do espectáculo.

Seniores gostaram da experiência

“Sorriso sem Idade em Palco” foi o nome dado à iniciativa que mobilizou centenas de idosos do concelho. Desenvolver a autonomia, sociabilidade, espírito de cooperação e trabalho de equipa dos participantes, contrariando a solidão foi o objectivo.

“Envelhecimento activo” é, refere o presidente da Câmara Municipal de Paços de Ferreira, a palavra-chave desta iniciativa que vai na terceira edição. “Queremos manter os idosos activos e isso acontece, durante todo o ano, enquanto trabalham na preparação desta actividade lúdica e de lazer. Valeu a pena ter instituído o Dia Municipal Sénior”, acredita Humberto Brito.

O autarca realçou não só a importância de envelhecer com qualidade, mas também o papel fundamental das IPSS do concelho na concretização deste objectivo.

Já Vitorino Ribeiro, o responsável pela orientação artística dos seniores que subiram ao palco, garante que esta experiência foi “fantástica”. Há 53 anos ligado ao teatro amador, o freamundense aceitou o desafio de preparar uma encenação com esta população. “Tenho 75 anos, também sou sénior”, brinca, mas “o teatro é para todas as idades e o bichinho nunca morre”. “Pegamos em alguns poemas para teatralizar”, explica Vitorino Ribeiro, que garante que daqui ficaram ideias para o futuro. “Há gente interessantíssima. Criar um grupo de teatro amador sénior é possível”, acredita.

Os seniores, dizem ter gostados da experiência. “Nunca tinha feito nada disto. Este tipo de coisas dão gosto para viver. Estamos todos de parabéns”, disse Clementina Antas, de 71 anos, depois de sair do palco. “Foi um dia de festa. Havia nervos, mas correu tudo bem”, garantia Maria Neto, de 85 anos, e com uma memória ainda pronta a guardar novas experiências.

A mais velha em palco era Custódia Jesus, de Frazão. Aos 96 anos não se deixa intimidar e mostra-se pronta a participar em tudo. “Gostei muito. Só têm que me ajudar porque não posso deixar a bengala. Mas estou sempre pronta para aprender”, disse. Prova disso é que foi só aos 70 anos que aprendeu a bordar, actividade que deixou de fazer há pouco tempo, por dificuldades na visão.