Paula Nogueira e os donos do Café Malheiro

Valdemar Castro continua a atacar os donos de estabelecimentos comerciais da região. Depois de ter conseguido burlar o dono do Café Melro, em Lordelo, Paredes, tentou aplicar o mesmo esquema em Freamunde, Paços de Ferreira. No entanto, o conhecido “burlão das notas de 50 euros”, cuja família está radicada na freguesia de Rebordosa, também em Paredes, já começa a ser reconhecido pelos comerciantes, que desconfiam cada vez mais sempre que alguém pede para trocar uma nota de 50 euros.

 

Desta vez não conseguiu fugir com o dinheiro

Foi o que aconteceu no Café Celestino, na tarde do passado domingo, altura em que o estabelecimento era frequentado por quase uma dezena de clientes. “Passavam poucos minutos das 16h00 quando ele entrou, dirigiu-se ao balcão e pediu dois pregos em pão”, recorda Celestino Costa. “Estava ao telemóvel, mas falou com uma educação extrema e estava muito bem vestido. Nada fazia acreditar que era um burlão”, acrescenta o empresário. Sem desconfiar de nada, Celestino Costa tratou da encomenda e, pouco depois, regressou ao balcão para informar o cliente que as sandes estavam prontas. “Foi aí que ele me perguntou se eu não podia trocar uma nota de 50 euros. Lembrei-me logo das notícias e fui à cozinha para telefonar a um amigo que é GNR. Ele deve ter desconfiado de qualquer coisa, porque quando voltei ao balcão já tinha saído. Nem os clientes perceberam que tinha ido embora”, conta.

Celestino Costa e o filho
Celestino Costa e o filho

Mas Valdemar Castro não desistiu e minutos depois já estava a tentar concretizar a mesma burla no Café Malheiro, também situado em Freamunde. “Chegou a falar ao telemóvel e também perguntou se eu fazia dois pregos para levar”, descreve Cristina Silva. Quando esta mulher de 42 anos já estava na cozinha foi chamada pelo burlão. “Pediu-me para trocar 50 euros em duas notas de 20 e uma de 10. Eu disse que não tinha troco e, então, ele pediu-me para lhe adiantar 20 euros para dar ao empregado e que os pagava juntamente com a conta”, declara. Nessa altura, Cristina Silva exigiu a nota de 50 euros e Valdemar Castro ainda abriu a carteira. “Foi aí que vi que ele já tinha outras notas e confrontei-o. Ele disse que não sabia que tinha aquele dinheiro, fechou a carteira e saiu do café sem dizer mais nada”, diz.

Instantes depois, Celestino Costa chegou ao Café Malheiro para avisar os colegas de profissão do que lhe tinha acontecido. “Ainda deve ter passado por ele”, refere Cristina Silva.

 

Detido com o irmão

Valdemar Castro está acusado de mais de uma centena de burlas. Em Janeiro, ele e o irmão, Nelson Ricardo Castro, foram detidos, presentes ao juiz de instrução criminal e libertados com a obrigação de se apresentarem regularmente no posto da GNR da área de residência. Uma medida de coacção que nunca cumpriram e que os leva a ser procurados pela Guarda.

Nelson Ricardo tem marcado para o final deste mês um julgamento, no qual responderá pelos crimes de furto qualificado e burla informática. Segundo a acusação do Ministério Público (MP), o caso remonta a Junho de 2012. Nessa altura, Nelson Ricardo Castro terá ficado com um cartão multibanco de um casal vizinho e transferiu os primeiros milhares de euros para contas da Tradefair e Betfair. Em seguida, usou o dinheiro para realizar apostas online.