As eleições autárquicas de 2021 serão fundamentais para o PSD Valongo. O resultado nas eleições autárquicas de 2021 será o resultado da condução política do partido no concelho nos últimos três anos, que foi a mesma que levou a que a última candidatura à Assembleia Municipal tenha sido a que menos votos recolheu e a que menor proporção de votação obteve.

O PS não está à altura do que Valongo necessita. Para um projeto de afirmação, Valongo necessita de um PSD forte. Por isso, para 2021, desejo que o PSD Valongo consiga inverter a tendência que nos trouxe até aqui.

Valongo vive um período fundamental para a definição do seu futuro. O Partido Socialista já demonstrou não estar à altura do desafio. No PSD reside a hipótese de oferecer ao concelho uma visão renovada de futuro com ideias e ambição.

2021 será um ano fundamental, também, para os partidos políticos. Tal não será exceção para o PSD de Valongo. As eleições autárquicas de 2021 serão fundamentais para perceber o papel que o partido terá a desempenhar no futuro do concelho.

Caso o resultado das eleições seja negativo para o partido, poderá haver a tentação de encontrar um conjunto de desculpas. De um lado, haverá aqueles que tentarão, quiçá, culpabilizar Mário Duarte, a pandemia ou (mais provavelmente) a condução nacional do partido.

Do outro lado, haverá acusações à condução do partido nos últimos anos, por assentar em caciques mais ou menos organizados e se dedicar mais a assegurar posições em batalhas nacionais do que a apresentar um projeto credível para o concelho.

O que me parece inegável é que o resultado do PSD Valongo nas eleições autárquicas de 2021 será mais o resultado da condução política do partido no concelho nos últimos três anos (e, igualmente, nos anos anteriores, uma vez que os responsáveis foram os mesmos) do que da prestação do recente presidente da Comissão Política. De facto, Mário Duarte assumiu o partido numa posição ingrata – a um ano de eleições é impossível estruturar um projeto de forma conveniente e estou certo de que o novo Presidente fará o melhor que se mostre possível.

Ao mesmo tempo, cabe compreender que um eventual resultado negativo não resultará de qualquer fator isolado, ou de fator externo (em particular, a condução nacional do partido). Pelo contrário, um possível resultado negativo encaixa numa tendência evidente de descida paulatina do partido no concelho nos últimos 20 anos, com maior reflexo nos últimos dez anos.

Efetivamente, desde 2001 que o número de votos do PSD obtidos na eleição para a Assembleia Municipal de Valongo é marcadamente decrescente. Enquanto a coligação PSD/CDS, em 2001, obteve mais de 18.300 votos, a junção dos dois partidos, em 2013, obteve menos de 14.500 (13.229 para o PSD e 1251 para o CDS), chegando a mesma coligação a pouco mais de 13.000 votos, em 2017.

Esta redução paulatina no número de votos encontra reflexo equivalente na proporção da votação obtida ao longo dos anos. De uma proporção de 47,20% dos votos em 2001, a coligação PSD/CDS não chegou à fasquia dos 30% em 2017.

A condução do partido levou a que a última candidatura à Assembleia Municipal de Valongo fosse a que menos votos recolheu e a que menor proporção de votação obteve, pelo menos neste século.

Como explorarei em artigo futuro, o Partido Socialista não está à altura daquilo que Valongo necessita. Para a definição, e respetiva execução, de um projeto de afirmação no contexto regional e nacional, Valongo necessita, mais do que nunca, de um PSD forte. Desejo, por isso, que, em 2021, o PSD Valongo consiga inverter a tendência que nos trouxe até aqui. 2021 também não será um ano fácil.