Quando foi construído o Hospital Padre Américo, em Penafiel, foi reservada uma sala para instalar uma máquina de ressonância magnética. 20 anos se passaram e, apesar de reivindicações de várias forças partidárias e moções o equipamento nunca foi instalado. Mas, tal deverá acontecer até ao final deste ano, avança o presidente do conselho de administração do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa (CHTS).

“O processo de aquisição está em marcha e o procedimento burocrático em curso. Embora estes processos tenham, muitas vezes, imponderáveis relacionados com reclamações e impugnações, acreditamos que se possa proceder à adjudicação até ao final do mês de Setembro, para que a colocação ocorra até ao final do ano”, confirma ao Verdadeiro Olhar Carlos Alberto Silva.

Equipamento vai evitar deslocações e reduzir custos

Até agora, os utentes que necessitassem deste exame tinham de o fazer fora da unidade hospitalar, em privados com os quais o serviço é protocolado. “Actualmente todos os exames de ressonância magnética são realizados no exterior, com entidades privadas a quem adquirimos esses mesmos serviços através de concursos devidamente publicitados e cumprindo os preceitos legais em vigor”, explica o administrador.

“Desde a construção do Hospital Padre Américo, no início deste século, que ficou reservado um espaço para a futura colocação de um equipamento de ressonância magnética”, recorda o responsável pelo CHTS. Mas “o crescimento do movimento assistencial do hospital e a posterior criação do Centro Hospitalar do Tâmega e Sousa em 2007, com a junção dos hospitais Padre Américo (Penafiel) e S. Gonçalo (Amarante), passando a ter incumbência de tratar cerca de 500 mil pessoas (aproximadamente 5% da população portuguesa), distribuídas por 12 concelhos em quatro distritos, realçou ainda mais um conjunto de carências, materiais e humanas”, admite Carlos Alberto Silva.

Por isso, e porque “nunca é possível garantir a concretização de todas as necessidades”, “a questão de aquisição da ressonância magnética foi ficando a aguardar disponibilidades financeiras”.

Este anseio, com 20 anos, está agora próximo de ser concretizado. “Com o grande crescimento e diferenciação do CHTS, com muito mais profissionais e novas especialidades, ficou mais visível o aumento da prioridade desse investimento, tendo sido sinalizado pela tutela. O processo de aquisição está em marcha e o procedimento burocrático em curso”, revela o presidente do conselho de administração, que espera que o equipamento seja colocado até ao final do ano, traduzindo-se “numa significativa melhoria na prestação de cuidados à população”.

Carlos Alberto realça, no entanto, que “há no mercado mundial dos fabricantes destes equipamentos uma grande procura, pelo que podem surgir dificuldades de entrega próprias dessa situação que transcendem a capacidade de acção do CHTS”.

O investimento estimado é de 1,6 milhões de euros. A máquina vai dar “mais conforto” aos doentes que “não necessitarão de se deslocar a outro local”, havendo ainda “redução dos custos com os exames realizados no exterior e os custos com os transportes associados aos mesmos”.

Segundo Carlos Alberto Silva haverá ainda custos associados à realização destes exames visto que “o relatório dos mesmos não poderá ser feito na totalidade” pelos profissionais do hospital “por insuficiência de recursos para o efeito, como acontece com a generalidade dos hospitais”.