A Câmara Municipal de Penafiel, anunciou recentemente a construção de um terminal de autocarros, junto à estação ferroviária de Novelas – Penafiel.

Trata-se efectivamente de uma boa medida, para a qual temos vindo a alertar há anos a esta parte.

Fácil é de constatar, que este propósito estava contemplado nos diferentes programas eleitorais que se tem apresentado às eleições autárquicas locais.

Assim sendo, é bom vermos que as nossas propostas estão a ser replicadas por este executivo e também que as mesmas eram válidas.

Aquilo que num passado recente era apelidado de “promessas de pai natal”, hoje são “sinergias e mais valias” fundamentais para Penafiel.

Ando há anos a fio a falar neste assunto, e em erros estratégicos que foram cometidos, que têm contribuído negativamente para que o trânsito na cidade e vias circundantes seja cada vez mais caótico.

A estação da mobilidade – localizada no centro da cidade, foi uma obra sem visão de futuro, porquanto os autocarros que ali estacionam para largar e levar passageiros, deixam a artéria principal de Penafiel num congestionamento caótico.

O que se pretende fazer hoje vem com um atraso de 10 anos, mas mais vale tarde do que nunca, e regozijo-me com esta medida que de resto, foi uma das nossas bandeiras no último programa eleitoral.

Porém, há erros de concepção e de estratégia que se estão já a pagar caro, e para os quais a câmara municipal pagou e pagará milhões de euros.

A título de exemplo, foi recentemente aprovado o procedimento concursal para a construção da 2ª fase da via modos suaves na variante do Cavalum.

Esta via que contará, além de várias rotundas em locais questionáveis, e outras que se podiam e deviam construir e não se farão, com um estreitamento na via descendente de duas faixas de rodagem para apenas uma.

Esta circunstância foi desde logo questionada em sede de reunião, pois, se actualmente o trânsito é caótico, mormente em hora de ponta e aos fins de semana entre a rotunda do parque da cidade e a rotunda do abraço do povo, com este estreitamento de via na restante variante, assistiremos a problemas gravíssimos no que à mobilidade e fluidez de trânsito diz respeito.

Estamos a falar de um valor de mais de € 1 milhão e meio de euros nesta empreitada, que teria inevitavelmente que contemplar estas condicionantes.

Bem sabemos, como o nome indica que a via sendo de modos suaves é para diminuir a velocidade dos automóveis, mas com esta concepção do projecto, o trânsito ficará muito pior, com as consequências que advirão no futuro.

Numa vertente construtiva, alertei para esta circunstância bem como para o arrojo e visão que o município devia ter, em lutar até ao limite das suas forças para se reivindicar e fazer um túnel entre a rotunda da conhecida Escola de Marecos (na variante Cavalum) com ligação directa à Estrada Nacional 15 depois da rotunda do abraço do povo, para que o trânsito oriundo de e/ou para Paredes ou no sentido inverso, não passasse nem pelo centro da cidade nem ficasse parado por tempo indeterminado junto à rotunda do abraço do povo, ou mais conhecida, pela “rotunda da recauchutagem”.

Esta obra seria estruturante e marcaria um mandato autárquico, mas seria acima de tudo uma obra  para beneficiar as gerações vindouras.

Este arrojo e esta visão de futuro faz falta a Penafiel, porque “pensar pequenino não nos leva a lado nenhum”, servindo apenas para resolver momentaneamente um problema não deixando os alicerces fecundos para o futuro.

Apesar da dificuldade e tempo para a sua concretização, esta infra-estrutura deve ser equacionada como sugeri na última reunião do executivo municipal, caso contrário daqui por pouco tempo, com a intervenção que será levada a efeito na variante, o trânsito além de ser já caótico na cidade vai ser ainda pior na variante, deixando inclusivamente a porta aberta para criar e adensar problemas à circulação de veículos prioritários, que apesar de estarem em serviço de urgência terão dificuldade em circular na citada variante.

 Tal como Marquês de Pombal, disse tempos idos que as avenidas de Lisboa se eram suficientes na altura da sua construção, iam ser pequenas para o futuro, o mesmo se aplica aqui, e, um autarca em funções deve ter a visão de antecipar os problemas e resolvê-los com eficiência e mestria.

Precisávamos nos dias de hoje um pouco por todo o lado de políticos com a visão e os horizontes de Sebastião José de Carvalho e Melo, para que se fizessem intervenções de qualidade e viradas para o futuro!