O centro da cidade de Valongo fechou-se ao trânsito durante três dias e abriu-se à visita de milhares de pessoas que ali vieram com o propósito de participar em mais uma edição da Feira da Regueifa e do Biscoito & Mercado Oitocentista. No Largo do Centenário, padeiros e biscoiteiros do concelho não defraudaram as expectativas. Apresentaram o seu melhor produto e não deixaram esgotar as iguarias mais apetecidas: a regueifa e o biscoito.

A qualidade dos produtos foi mesmo aferida não só pelos compradores, que não esperaram por chegar a casa para fazer a prova, mas por mestres padeiros e pasteleiros que avaliaram, através de provas cegas, várias regueifas e cacos (biscoito) inscritos a concurso. O júri constituído pelos Chefs de Padaria e Pastelaria Helena Leça, Manuel Nunes e Nuno Pereira, também formadores na área da panificação e hotelaria, tiveram em conta o sabor, a genuinidade, criatividade, a textura e a apresentação. De referir que os jurados desconheciam a autoria do fabrico dos produtos. Feita a prova, o júri deliberou e escolheu os vencedores. Para o “Melhor Biscoito – Caco” ganhou a Fábrica de Biscoito Aguiar, seguida da Biscoitaria Valonguense e da fábrica de Biscoitos Diogo. A Fábrica de Biscoito Aguiar conseguiu ainda arrecadar o primeiro lugar de “Melhor Regueifa”. A Doce Tiana ficou em segundo lugar e em terceiro a Panfino.

Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo oficializada

Momento alto desta edição da Feira da Regueifa e do Biscoito foi a apresentação pública da Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo, depois de terem realizado o I Capitulo, durante o qual foram entronizados mais de cem Confrades, entre Confrades Fundadores e Honorários. Na apresentação pública, Rosa Maria Rocha, presidente da Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo, traçou os objectivos em torno da preservação da autenticidade do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo, aproveitando para “lançar o apelo para que mais padeiros se associem a nós. “O nosso interesse é a defesa dos valores da nossa terra”, disse, acrescentando que a confraria procurará “levar o nome de Valongo a todo o país e além fronteiras”. O presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, um dos confrades entronizados, reforçou o apelo da presidente da Confraria do Pão, da Regueifa e do Biscoito de Valongo, frisando que se trata de uma “iniciativa que deve ser acarinhada”. “Juntem-se e ajudem porque é assim que conseguimos afirmar a nossa comunidade”.

Durante os três dias muita foi a animação, tendo começado com a benção do pão e o cortejo dos padeiros, passando pela apresentação de uma peça de teatro de rua, dinamizada pela associação Cabeças no Ar e Pés na Terra que contou a história do pão e do biscoito de Valongo, e muita música popular que animou os visitantes.