Quase dois meses depois da instalação da nova rede de transportes da Área Metropolitana do Porto, a UNIR, os utentes continuam a queixar-se dos problemas que persistem, causando constrangimentos diários a quem precisa de se deslocar.

Nas redes sociais tem havido vários apelos a uma concentração de utentes, dia 3 de fevereiro, sábado, junto à Câmara Municipal de Parades, a partir das 10h00, como forma de contestar uma situação que é apelidada de “inaceitável”. Os utilizadores dizem que precisam dos transportes para poderem ir trabalhar, porque a manter-se esta situação, podem mesmo “perder os empregos”.

Falta de informação e longos períodos de espera continuam a ser as principais queixas, ao que se juntam a má organização e a falta de condições. Os passageiros reafirmam que “desde que entrou a nova rede de transportes, “a vida das pessoas tem-se tornado num caos”, explicou um utlizador de Paredes, ao VERDADEIRO OLHAR.

A agravar ainda mais o problema está a substituição de grande parte dos motoristas que faz com que não conheçam os trajetos e andem até “a fazer as carreiras com GPS”, revela outro.

Por isso, os utlizadores da nova rede de transportes mantêm a insatisfação, dizendo que não viram qualquer melhoria desde o dia 1 de dezembro, data em que os novos autocarros começaram a circular.

O VERDADEIRO OLHAR contactou a autarquia de Paredes que diz estar a par de “alguns constrangimentos em várias linhas e horários, “mas com uma dimensão bastante inferior à fase inicial de implementação”.

Em relação aos novos horários colocados, a autarquia diz ainda ter tido a garantia que os horários estão a ser normalizados e adequados à realidade.

Por exemplo, “a linha 7315 foi publicada com alguns ajustes positivos”, porque este percurso saía de Gondomar às 7h30, o que fazia com que só chegasse a Paredes às 8h40, mas, agora, “parte às 6h40, permitindo que os alunos cheguem às aulas a tempo”, explica o município.

Sobre o facto de este autocarro não passar em Aguiar, apesar de constar do percurso, o caso foi reportado, de imediato, à operadora pelo município.

Já a Câmara Municipal de Valongo anunciou, há dias, a inclusão de duas novas linhas da rede de autocarros UNIR, a 7011, que já está em funcionamento desde o dia 8 de janeiro e que liga Campo à Estação de Ermesinde, e a 7012/7013, circular, feita com partido e regresso à Estação de Ermesinde.

Entretanto, a Área Metropolitana do Porto anunciou, sexta-feira, que vai apertar com a fiscalização aos operadores da UNIR a partir de fevereiro.
Apesar de a operação ter começado dia 1 de dezembro de 2023, o serviço dos autocarros metropolitanos da Unir continua com problemas, e a AMP continua a receber múltiplas queixas dos seus utilizadores dos vários concelhos.

Nesta altura, já estão estabilizados os conhecimentos da realidade e as adaptações necessárias, portanto, agora há que “exigir, de uma forma mais fortalecida, ao operador que está no terreno a tratar da operação”, disse Eduardo Vítor Rodrigues aos jornalistas, no final da reunião do Conselho Metropolitano do Porto.

Depois de uma fase de transição e ajustamento, o líder da AMP revela que é preciso avançar com esta nova etapa, sendo que num universo de cerca de 700 autocarros há ainda cerca de uma centena sem validador, o mecanismo que contabiliza as pessoas que vão nos autocarros e que, entre outras situações, dão a perceber se há linhas e horários que fazem pouco sentido, porque não têm procura.