José Baptista PereiraFizemos bem o trabalho de casa, pusemos as contas em dia e estamos de novo em condições de investir ….” Escreveu recentemente o Dr. Celso Ferreira, presidente da Câmara Municipal de Paredes. Nada mais longe da verdade.

Mesmo que nada mais houvesse, na última Assembleia Municipal de Paredes, extraordinária e a pedido expresso do senhor presidente da Câmara, foram apresentados alguns documentos que provam exatamente o contrário do que é dito. No ano passado a Camara Municipal de Paredes aderiu ao Programa de Apoio à Economia Local, conhecido pela sigla PAEL. Ao abrigo deste programa obteve um empréstimo de mais de 19 milhões de euros supostamente para honrar compromissos de curto e médio prazo com fornecedores. Mas o empréstimo subentendia o assumir de vários compromissos e a submissão a um acompanhamento contabilístico apertado. Face ao relatório de acompanhamento do terceiro trimestre do corrente ano, apresentado nessa reunião, constatamos que há desvios graves em relação aos compromissos assumidos. O prazo médio de pagamento a fornecedores, razão principal para assumir um empréstimo tão avultado, aumentou para 169 dias em vez de ter baixado para 60 dias como estavam obrigados. O endividamento total apresenta um desvio de 15 milhões em relação ao compromisso assumido para o final deste ano. Mesmo assim, num outro momento da reunião, foi proposto e aprovado pelos membros do PSD um novo empréstimo bancário de curto prazo, no valor de mais 2 milhões e 500 mil euros. Todos sabemos que nenhum destes empréstimos será pago pelo atual executivo. Um, porque tem um período de carência que empurra o início do pagamento para lá de 2017, o outro porque será pago nos últimos dois meses do ano de 2017, por quem vencer as eleições de Outubro. É um presente envenenado. Mas esta será apenas a ponta do iceberg.

Recentemente a Associação S. Pedro da Sobreira deu conhecimento aos seus associados que não recebeu os 40 mil euros que a Câmara Municipal anunciou ter-lhe atribuído para as obras de requalificação das suas instalações. De forma indignada e assertiva a direção daquela associação assume que todas as despesas foram assumidas unicamente pelo esforço dos associados. A ser verdade, e não foi desmentido, esta informação é muito grave. Não é a primeira vez que uma associação reclama que não recebe os donativos que lhe são prometidos e amplamente divulgados. A dúvida fica no ar. Será que é por isso que o Diretor Financeiro da Câmara Municipal de Paredes é o candidato mais apoiado pelo PSD para ser o próximo presidente?