O dinheiro é pouco! Esta é uma verdade que, para a maioria dos portugueses, em particular aqueles que vivem na região do Tâmega e Sousa, não carece de estudos. Assenta na realidade de chegar ao fim do mês, meter a mão ao bolso e ter apenas uns trocos.

Para os mais agarrados aos números e evidências académicas, há dias, surgiu um estudo que comparava o salário médio nos diferentes concelhos. Sem surpresa, o Tâmega e Sousa está na cauda da tabela. Neste ranking, Lousada ocupa o último lugar no distrito do Porto.

Baixas qualificações, grande dependência do setor têxtil, dificuldade em atrair investimento… São algumas das razões que justificam este cenário, num concelho que beneficia da proximidade dos grandes centros e de boas acessibilidades!

Mas nem tudo é mau. A falta de dinheiro nos bolsos é compensada com a qualidade ambiental, que também é um critério importante para a definição do conceito de qualidade de vida, num mundo cada vez mais degradado. O concelho de Lousada tem boas razões para estar satisfeito. Depois de ter acolhido as XXV Jornadas de Educação Ambiental, viu o vereador Manuel Nunes ser distinguido com o galardão Exceptional Leaders of Excellence. Tem sido, de facto, relevante o seu trabalho. Os projetos de educação ambiental começam a dar os seus frutos e, sobretudo, os mais pequenos dão-nos esperanças de um futuro mais promissor no que ao ambiente diz respeito.

A Paisagem Protegida do Sousa Superior é um exemplo do trabalho desenvolvido. O projeto está agora em debate e, em breve, será uma realidade. Boas notícias, portanto, de que nos devemos orgulhar. E podemos todos contribuir para este projeto.

Se não podemos ter tudo, aproveitemos, pelo menos, os momentos bons proporcionados pela interação com a natureza. Sigamos os ensinamentos de Alberto Caeiro e deixemos a paz da natureza sentar-se ao nosso lado. Talvez descubramos o verdadeiro sentido da felicidade, não mediada por gadgets tecnológicos.

 

“Por isso quando num dia de calor

Me sinto triste de gozá-lo tanto,

E me deito ao comprido na erva,

E fecho os olhos quentes,

Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,

Sei a verdade e sou feliz.” (Alberto Caeiro)

[i] Bíblia Sagrada, Mateus 4:4