Na vida cívica e política há determinados padrões de comportamento que devem ser escrupulosa e religiosamente respeitados.

Aqueles que se disponibilizam a servir a coisa pública, devem ser credores de princípios e valores que cumpram efectivamente para terem a legitimidade de exigir dos outros o mesmo comportamento.

Todavia, não raras vezes, o que assistimos é àquela máxima de Frei Tomás: “olha para o que eu digo mas não para o que eu faço”.

Citações à parte, a política tal qual nasceu na antiga polis grega, é algo de muito nobre e para a qual têm que ser escolhidos os mais bem preparados, não só do ponto de vista político, mas e nomeadamente do ponto de vista intelectual, social, profissional e pessoal, nos quais a população se reveja.

Em suma, precisamos de Boas pessoas que sejam o garante de virem a ser Políticos Bons.

Foi aliás, em Atenas, que se implementou o sistema conhecido como “ a democracia ateniense”.

E deviam alguns dos “neófitos” que abundam em todos os partidos e que aspiram a fazer carreira política, ostentando uma exuberância e importância enormes, esquecendo-se que na política somos “inquilinos e não proprietários de nada nem de ninguém”, ler e estudar ao detalhe estas regras e premissas fundamentais de quem quer servir mesmo a Comunidade.

Numa fase inicial, é bem mais importante ler, compreender e traduzir na prática, os princípios e orientações vertidas nos manuais da política ateniense do que ler apenas os também importantes manuais de política como “A Arte da Guerra” de Sun Tzu ou o “Príncipe” de Nicolau Maquiavel.

Quem começa a ler e querer traduzir na prática os “ensinamentos” destes últimos, sem a base sustentada dos primeiros, corre riscos de não ir muito longe.

Escusado será dizer que para esses pseudo intelectuais e mentores de estratégias brilhantes que não passam do papel, a culpa será sempre dos outros e nunca deles…

Outro dos valores que gostava de salientar e que é pedra angular dos que gostam verdadeiramente de servir os outros é a SOLIDARIEDADE.

Este termo tão caro a muitos, é na sua origem etimológica nada mais do que “um acto de bondade com o próximo ou um sentimento, uma união de simpatias, interesses ou propósitos entre os membros de um grupo”.

Porém, muitos esquecem-se propositadamente que este valor tão nobre que é a SOLIDARIEDADE, só é genuína e autêntica quando tem dois sentidos, e não apenas um.

Em bom rigor, a SOLIDARIEDADE não se apregoa, pratica-se!!

Não se pode, nem particularmente concordo com tudo o que se vai vendo e lendo, defendo até em muitos casos posições antagónicas, mas o respeito por opinião diversa, a boa educação e o espírito democrático exigem-nos prudência e saber estar.

Respeitar e aceitar quem pensa diferente de nós, também é cumprir Abril!

Deve ser assim em todo o lado, e, naturalmente também em PENAFIEL.

PENAFIEL, é o que deve unir, e todos devem ser respeitados e reconhecidos, independentemente das diferenças de posições, do alinhamento partidário e do caminho percorrido, pois com toda a certeza, todos querem mais e melhor para Penafiel.

Quando se elogia Penafiel, feitos notáveis de Penafidelenses, a nossa incomensurável história, todos devem “afinar pelo mesmo diapasão”, e não confundirem a “beira da estrada com a estrada da beira”.

É muito fácil dizer ou escrever lugares comuns, muitas vezes até sem originalidade, que se gosta ou se faz tudo por Penafiel.

Difícil, é fazer-se mesmo, estar quando as pessoas precisam, conviver com a Comunidade, abdicar de muitos prazeres da vida para dignificar os cargos para os quais fomos eleitos, elogiar acções dos nossos adversários mesmo que isso até nos cause algum desconforto, incompreensão e “prejuízo” eleitoral, mas PENAFIEL deve estar acima das questiúnculas menores.

Elogiar com responsabilidade o que se faz bem e temos de bom no nosso território, além de ser um acto de grandeza política, é uma atitude lúcida que a população avalia positivamente.

Quem ignorar isto, e entrar na crítica por crítica de tudo e todos – mesmo até dos que deviam ser seus pares -(geralmente pelas costas), deve parar e reflectir, sob pena de no final da história, (e já sem remédio possível), ter tradução prática aquela velha parábola conhecida como “ O Rei vai nu”, que basicamente todos sabiam que ele ia nu, menos o rei, tal era a sua sobranceria.

Mas temos que retirar sempre das coisas negativas, algo positivo, e como diz um autor anónimo:
“Aos que falam mal pelas costas, obrigado. É sinal de que estamos sempre na frente”.

Que todos saibam estar à altura das suas responsabilidades, e que todos tenham a humildade e grandeza de espírito de aceitar, que a nossa liberdade termina quando começa a do outro.

Porque PENAFIEL precisa e merece isso…de TODOS!!