PSD preocupado com acidentes rodoviários e atropelamentos em Paços de Ferreira

Partido acusa o executivo camarário de não dar ouvir os constantes alertas sobre o tema. O executivo liderado por Humberto Brito fala em “falta de pudor político” e em “aproveitamento de tragédias”

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Em 2017, o concelho de Paços de Ferreira foi palco de mais de 400 acidentes rodoviários, sendo que 16 resultaram em atropelamento de peões, causando um morto, dois feridos graves e 22 feridos ligeiros. Em 2018, já aconteceram mais de 100 acidentes nas estradas pacenses, com oito deles a envolver o atropelamento de peões e a ter como resultado um ferido grave e oito ligeiros.

Os números, de “fontes oficiais”, foram hoje avançados pelo PSD num comunicado em que se mostra preocupado e em que critica a inacção do executivo municipal.

“Destes dados ainda não consta o atropelamento grave ocorrido em Eiriz de um menino de 10 anos quando saía da sua escola”, refere o partido, agora presidido pelo também vereador Joaquim Pinto.

Lembrando que, durante a campanha às últimas autárquicas, o PSD apresentou uma proposta com vista à instalação de medidas de segurança rodoviária por todo o concelho que foi “desvalorizada e ridicularizada” por Humberto Brito, o partido acusa o actual presidente da Câmara de ter procurado “requalificar desenfreadamente estradas por todo o concelho com fins exclusivamente eleitorais, não estando minimamente preocupado com questões básicas como sinalética vertical e horizontal de segurança ou lombas limitadoras de velocidade”.

O PSD garante ainda que tem vindo a lançar vários alertas sobre o tema e critica o “alheamento” deste assunto por parte da maioria socialista.

“Quantos mais acidentes destes vão ter que ocorrer para que a complacência para este assunto da maioria PS que governa Câmara Municipal desapareça? Qual o limite que o dr. Humberto Brito tem para que este assunto se torne prioritário na sua acção enquanto presidente de Câmara? Será necessário ocorrerem mais fatalidades para que esta questão tenha a devida atenção ou vamos ter que aguardar que as eleições autárquicas de 2021 cheguem mais depressa para se resolver um claro problema de âmbito público que, infelizmente, nos pode ‘tocar’ a todos?”, questiona a oposição.

É bom lembrar que foi o PSD que deixou em Paços de Ferreira uma rede viária terceiro-mundista, esburacada, perigosa, intransitável em muitos sítios”

Contactado, o executivo municipal de Paços de Ferreira emitiu também um comunicado em que “lamenta a esquizofrenia política dos dirigentes locais do PSD de Paços de Ferreira, no reiterado aproveitamento de tragédias com um único propósito: atingir, desacreditar e ferir a honorabilidade, o trabalho sério e competente, de Humberto Brito e do executivo”.

“A atitude do PSD só denota a falta de vergonha de Joaquim Pinto e do PSD, que vivem obcecados com Humberto Brito, levam à indecência, e extravasam todos os limites!”, acrescenta a mesma fonte.

Os socialistas lembram que, recentemente, dirigentes do PSD tiveram “o despudor de se aproveitar de um acidente rodoviário, onde lamentavelmente faleceu uma pessoa” e que, noutra ocasião, se “associaram a meia dúzia de revanchistas, defendendo a extinção de lombas em local propício a acidentes graves, numa freguesia de Paços de Ferreira”, numa posição contrária à que agora defendem, só com o intuito de atacar o executivo municipal.

“É bom lembrar que foi o PSD que deixou em Paços de Ferreira uma rede viária terceiro-mundista, esburacada, perigosa, intransitável em muitos sítios, e que foi este executivo, liderado por Humberto Brito, que requalificou 80 quilómetros de estradas, com recurso a colaboradores da Câmara, procedeu à pintura de passadeiras e colocou sinalética em todo o concelho, desenvolvendo inclusivamente campanhas de prevenção rodoviária nas escolas do concelho de Paços de Ferreira”, sustenta o comunicado.

O executivo municipal do PS argumenta que este comunicado espelha “falta de pudor político, falta de vergonha e irresponsabilidade” vinda de um partido que “ainda não percebeu que foi afastado da governação pela vontade da larga maioria dos eleitores de Paços de Ferreira, precisamente por comportamentos similares e porque a população estava agastada com tanta mediocridade”.