O PSD de Paços de Ferreira está a criticar a Câmara Municipal pela realização de um contrato, por ajuste directo, à Moveltex – Centro de Competências e de Incubação de Empresas, Associação, no valor de 50 mil euros. A contratação destina-se à “aquisição de serviços nas áreas do desenvolvimento económico” e “realização de tarefas de planeamento, organização, direcção, controlo e coordenação das acções previstas no documento estratégico “Paços de Ferreira 2020 – Comunidade Activa e Resiliência Empresarial”, por um período de 240 dias.

Num comunicado em que acusam o presidente da Câmara Municipal e a maioria Socialista de se acharem “donos disto tudo”, os social-democratas afirmam que o objectivo desta contratação foi o de garantir “o pagamento do vencimento de um assessor do presidente da Câmara Municipal que, alegadamente era identificado como voluntário, mas a quem a Câmara Municipal já havia pago vários milhares de euros”.

“Os serviços agora contratados são, aparentemente, uma duplicação do estudo contratado pela Câmara Municipal ao Centro de Estudos de Ciências Empresariais e Jurídicas do Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), apresentado publicamente no dia 6 de Novembro de 2015”, refere o PSD.

Por outro lado, a oposição critica ainda o facto de a autarquia não ter optado por contratualizar com a Associação Empresarial de Paços de Ferreira.  “Preferem contratar um assessor e pagar elevados valores, em vez de defender, valorizar e aprofundar a parceria com a Associação Empresarial de Paços de Ferreira que é a legítima representante do sector empresarial no nosso concelho”, sustenta o comunicado.

Em resposta a estas acusações, fonte da autarquia considera que o PSD revela “falta de carácter político” e “ignorância”.

“O montante a transferir permite, entre outras coisas, pagar a dívida que o PSD deixou na TECVAL no valor superior a 80 mil euros”, explica a Câmara Municipal de Paços de Ferreira. “A anterior gestão do PSD, gastava na PFR Invest 300 mil euros/ano em pessoal e assessorias para prestação dos serviços, que a Moveltex faz por 20 mil euros”, frisa a mesma fonte.

A autarquia realça ainda que o actual presidente da comissão política do PSD, e ex-vereador, António Coelho, nomeou para a Gespaços um administrador cujo salário era igual do presidente de Câmara “e com o direito a uma indemnização brutal”. E que está salvaguardada a parceria com a Associação Empresarial de Paços de Ferreira, que está representada por dois directores na Moveltex, “coisa que no passado nunca aconteceu, pois o PSD no poder não ouvia ninguém”.

A Câmara acusa ainda o PSD de “faltar à verdade” e “de fazer uma política de achincalhamento”. “O PSD de Paços de Ferreira revela falta de carácter e seriedade política, desde logo pelos seus vereadores na Câmara Municipal não reconhecerem a dívida de meio milhão de euros que a AEPF reclama”, argumentam.

A mesma fonte da autarquia refere ainda que o PSD “está obcecado com o regresso ao poder”. “É um sistemático e primário bota abaixo. Estão na oposição como no poder. Sem ideias, cansados, saturados de si mesmos, sem nada para dar ao concelho”, critica.