Foto: I.R.M. Verdadeiro Olhar

O presidente do grupo parlamentar do PSD, Luís Montenegro, acusou, esta segunda-feira, o Governo de “traição ao sector público”, depois de visitar a Escola Básica Vallis Longus, em Valongo, um estabelecimento escolar que aguarda obras desde 1999 e que enfrenta problemas diversos, designadamente de falta de espaço e condições para os quase 1200 alunos, o dobro da sua capacidade. Para além disso, enfrenta um problema de falta de assistentes operacionais que ditou, na passada semana, a suspensão das aulas de educação física.

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Numa visita guiada por Artur Oliveira, director da escola, Luís Montenegro, acompanhado de deputados da Assembleia da República e dos vereadores e autarcas de Valongo, ficou a par dos vários problemas que assolam a Escola Básica Vallis Longus. Também presentes na visita estiveram o presidente da Associação de Pais, Marco Marinho, e Adriano Silva, presidente do Conselho Geral da escola, que alertou para a existência, ao longo de vários anos, de “visitas de cortesia” mas sem obras à vista, enumerando diversos constrangimentos existentes na escola, desde logo a inexistência a impossibilidade de acesso à sala de professores a todos os que tenham mobilidade reduzida, uma vez que esta se situa no primeiro andar. O gabinete do psícólogo no corredor, um polivalente que às refeições serve de cantina e nos restantes horários é sala de aula, um bar demasiado pequeno para o número elevado de alunos  ou a inexistência de laboratórios foram apenas alguns dos exemplos dados à comitiva social-democrata.

Direcção da escola pede ajuda na luta pela qualidade da Vallis Longus

Coube a Artur Oliveira fazer a cronologia dos anúncios e adiamentos das ansiadas obras de requalificação, esperando da visita do PSD “obter uma ajuda nesta luta” que se tem traduzido “sempre de promessa em promessa”. O director da Vallis Longus lembrou que a única intervenção ocorreu em 1997, num investimento de 45 mil euros para alcatrão, lamentando que esteja “a mendigar num adiamento permanente”. As obras chegaram a estar publicadas em Diário da República em 2009, com a garantia de irreversibilidade por parte da Direcção Regional de Educação do Norte, mas não chegaram a concretizar-se por falta de verbas. Um processo cujo último episódio remete para o desaparecimento de uma lista de requalificações prioritárias e do financiamento comunitário que, no caso de Valongo, vai beneficiar as escolas secundárias de Ermesinde e Valongo, com 3,9 milhões e 100 mil euros, respectivamente.

 

Foto: I.R.M. Verdadeiro Olhar
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No final da visita, Luís Montenegro concluiu que das políticas políticas implementadas pelo Governo resultaram “mais impostos e nos serviços públicos a definharem, como esta escola que está a sofrer cortes e tem dificuldades prementes, como a falta de assistentes operacionais”. “A comunidade paga as consequências desta política”, disse, sublinhando que o PSD “continua a denunciar a traição ao sistema público”, referindo-se a cortes nas áreas da Educação, Saúde e Justiça e acrescentando que “nem nos piores tempos de emergência houve escolas a encerrar por falta de assistentes operacionais”.

De sublinhar ainda que o PSD, na passada semana, exigiu que o Governo tome medidas para que os alunos possam ter aulas de Educação Física, dirigindo ao Ministério da Educação uma pergunta. Na carta assinada por Miguel Santos, vice-presidente da bancada parlamentar e presidente da Comissão Política Concelhia de Valongo, classificava-se a situação de “inaceitável para a comunidade educativa, em particular para os alunos” e exigia-se uma “resposta urgente” do Ministério da Educação. A resposta, esclareceu Miguel Santos, ainda não chegou. O pavilhão gimnodesportivo deve, porém, voltar a ter aulas esta quarta-feira, uma vez que uma das funcionárias que estava de baixa médica já voltou ao trabalho e é esperado o regresso de outra auxiliar também esta semana.