Para a maior parte de nós estes são tempos de balanços e retrospectivas, onde procuramos abraçar e definir novos objectivos para o ano que se abre. Independentemente das nossas diferenças políticas ou de pensamento ideológico, caro leitor, estes tempos exigem de nós a humildade para desejarmos a todos um autêntico e feliz ano novo e onde as conquistas e a derrotas sejam vividas intensamente, mas sempre com o maior respeito uns pelos outros.

Bom, mas se existe coisa que aprendi da convivência com os meus avós é que nas resoluções de ano novo o segredo é a modéstia.

Contudo, em Paredes, de modéstia o executivo municipal e o partido que o sustenta pouco tem. Não preciso de falar das exorbitantes despesas em comunicação, festas e festins em todo o concelho. Muito menos falar dos clientes partidários que sugam parte dos recursos camarários e que ficamos seremos a sorridentes a ver. Nem muito menos falar do ridículo quando uma simples visita de uma pessoa com deficiência física é alvo de uma autêntica campanha de “falta de noção” pelas redes sociais. Não, não preciso de falar sobre isso. Isso deixo ao caro leitor julgar no tempo certo.

Hoje quero falar-lhe de uma assembleia municipal onde discutimos o orçamento para o ano de 2020.

Uma assembleia onde entre os números dos passivos e das dívidas, o maior foi o dos insultos gratuitos ou da falta de sensibilidade democrática do Partido Socialista.

O orçamento municipal é por si só o documento da definição de estratégia política do concelho. É o espelho da estratégia e da ideia daquilo que um executivo municipal procura para o seu concelho e para as suas gentes. É onde acreditamos encontrar muito mais do que uma folha de excel entre contas de somar e subtrair com um total sempre irrealista e longe do que é a realidade da execução.

Como já bem a ser hábito, além de palavras de ódio constante relativas ao executivo anterior pouco mais encontramos além de números. É zero de estratégia, zero de política e zero de visão a longo prazo.

A “modéstia” da bancada socialista fica-se, como do seu executivo, pelos números mágicos de passivo. Repito, passivo e não dívida. Hoje as palavras são sabiamente usadas e os números batem certo. Não 100 mas menos de 50. Não dívida, mas sim passivo.

Em pouco mais de 2 anos passamos de um discurso de terror para um discurso de sonho e esperança entre contas certas e investimentos avultados. Entre compras, obras e “presentes” de natal o orçamento chega para tudo e todos.

Só não chega para responder à questão: onde estava o buraco e quem estava no buraco. Entre ameaças de polícia e tribunais suponho que o Sr. Presidente e o seu executivo ainda se encontrem perdidos a escavar.

Mas, se acha que estou a exagerar, caro leitor, diga-me numa simples frase qual é a visão, estratégia e ambição deste executivo para o concelho de Paredes. Onde queremos estar daqui a 10 anos? Qual é a visão para Paredes? Onde nos posicionamos? Assumimo-nos como elemento diferenciador da área metropolitana ou ficamos como bairro social do Porto?

Se o conseguir responder-me, parabéns. Se não o conseguir, parabéns na mesma. Fazemos todos parte do mesmo grupo.

Para finalizar uma breve nota.

Este é tempo de família e de comunhão e independentemente da escolha de cada um de nós nas eleições internas do PSD, que 2020 seja um ano de sucessos, unidades e vitórias para todos. Não existem PSD’s. Existe sim um PSD.

Feliz ano novo!