Foto: DR/Facebook da candidata

Paula Gonçalves, ex-deputada, é candidata à presidência da comissão política do PSD Paços de Ferreira. As eleições realizam-se amanhã e contam com uma outra lista, liderada pelo presidente da Junta de Paços de Ferreira, Alexandre Costa.

Ao Verdadeiro Olhar, Paula Gonçalves explica que decidiu candidatar-se quando se apercebeu que o PSD estava “num vazio”, já que na primeira chamada às urnas não surgiu nenhuma lista candidata, com Joaquim Pinto a não se recandidatar.

A principal meta passa por unir o partido, reforçá-lo e integrar todos os militantes, independentemente de não concordarem em tudo. A segunda é recuperar a liderança na Câmara de Paços de Ferreira.

Quando decidiu candidatar-se adianta que decidiu “envolver todos os militantes activos e com responsabilidades” com a meta de “reerguer o partido”. Foi nessa altura que lançou um convite a Alexandre Costa, entre outros. “Disse-me que ia pensar e fiquei surpreendida quando soube que ia ser candidato”, refere.

Paula Gonçalves tem 51 anos e é professora do ensino secundário. Já foi deputada pelo PSD à Assembleia da República.

 

O que a leva a candidatar-se à liderança do PSD Paços de Ferreira?

Em Junho constatei um inexplicável vazio, porquanto não existia qualquer candidato que tivesse demonstrado disposição para a assumir os desígnios da comissão política da nossa concelhia. A agravar o cenário, não se vislumbrava qualquer candidatura. O dr. Joaquim Pinto tinha referido que, por motivos profissionais, não poderia dar continuidade ao seu projecto. Na sequência destas constatações e perante a minha inconformidade e incómodo, partilhado por muitos companheiros, decidi “desafiar” todos os militantes activos no sentido de elaborarmos uma lista consensual e agregadora.

O facto de haver duas listas é positivo ou negativo para o partido?

Nunca foi minha intenção criar divisões no partido. Como anteriormente referi, pretendia abrir o projecto a todos, sem excepção. Posso adiantar que, inclusive, foi com muito gosto que também enderecei o convite ao actual outro candidato que, não me tendo negado o convite, felicitou-me pela coragem e deixou em aberto essa possibilidade, querendo apenas algum espaço para pensar no assunto. De resto, sempre fui adepta da postura democrática mas sempre com lealdade.

O que acha que pode trazer de novo à comissão política? Quais as principais metas?

Na minha opinião, sem querer endereçar críticas a ninguém, teria orientado os trabalhos gerais do partido de uma forma diferente, nomeadamente no que ao debate político concerne. A nível externo, por exemplo, não tenho dúvidas que não teria sido tão branda nas lides com a oposição. Tenho como necessário e premente uma dinâmica activa e participativa onde cabem todos e todas as opiniões, onde possamos congregar um conjunto alargado de pessoas que não se sintam marginalizadas, mas úteis. A revitalização, a angariação de novos militantes com ideias novas e válidas é um objectivo principal porque, não haja dúvidas, necessitamos de inovar. Mas quero deixar aqui uma pequena reflexão: para inovarmos, temos de conhecer profundamente as experiências anteriores, congregadas em muitos dos nossos companheiros mais antigos, mais experientes e que, em muitos casos, por desencanto ou por outro motivo qualquer, se afastaram. Todos serão importantes e necessários.

Recuperar a Câmara será um dos objectivos, certo? Quer ser candidata?

Não lhes vou falar, por enquanto, das pessoas que possam reunir as condições para serem candidatos à Câmara Municipal. Não estaria, por motivos que, por agora, não vou expressar, a agir correctamente. Por outro lado, não é, neste instante, o tema que mais nos deve absorver a atenção e a atuação partidária que se avizinha. Mas acreditem, há gente muito competente e séria para o cargo e que detém o dom altruísta de se colocar ao serviço da população pacense.

Acredita numa vitória já em 2021 ou o partido deve preparar caminho para daqui a cinco anos?

Sim, acredito já numa vitória em 2021. Ainda que o caminho seguido pela actual comissão politica me possa merecer pequenas diferenças de opinião, é certo que a actual comissão politica cessante não parou de abrir caminho para a concretização deste objectivo. Acredito que o PSD sairá reforçado destas eleições internas e estamos prontos para enfrentar o projecto autárquico.

Como caracteriza a acção do actual executivo?

Permitam-me que não me alongue nessa resposta, porque são trunfos que não quero, por ora, gastar outrossim a seu tempo usar. O actual executivo lá terá os seus (imensos) problemas internos que os desassossegam e os fazem distrair do que realmente importa – as pessoas. Se a cada um dos nós fosse perguntado o que mais almejamos, não tenho dúvidas que a resposta era comum – a felicidade. Ora, para ser se feliz, é preciso ter estabilidade no emprego e na família; é preciso ter uma rede eficaz de cuidados de saúde; é preciso ter esperança, enfim, é preciso ter qualidade de vida!! E isso só será conseguido com o muito do que ainda há para fazer. E não me parece que que o actual executivo o tenha conseguido ou venha a conseguir. Quando se preocuparem menos com as medidas populistas e com a preservação do poder a qualquer custo, pode ser que consigam avançar um pouco mais nesse sentido.

Quem é Paula Gonçalves e quais os principais cargos políticos já exercidos?

Profissionalmente, sou docente na Escola Secundária de Paços de Ferreira, fui docente durante 13 anos no Instituto Superior da Maia entre outros cargos que ocupei. Academicamente tenho dois mestrados e doutoramento na área das Ciências do Desporto, fui aluna de Medicina na Faculdade de Medicina do Hospital de S. João, tenho uma pós-graduação em Administração e Gestão Escolar e brevemente frequentarei o curso de Defesa Nacional.

Politicamente, fui deputada à Assembleia da República; membro das Comissões Parlamentares da Saúde, dos Assuntos Europeus, da Educação, da Ética cidadania e Comunicação e do Grupo parlamentar de trabalho do Desporto; vice-presidente da JSD em 1986, quando Pedro Pinto exerceu o cargo de presidente da JSD;  membro da comissão política em alguns mandatos; deputada na Assembleia Municipal durante dois mandatos; coordenadora da MSD desde 2006 até 2017.