É hoje, dia 8 de outubro, pelas 14h30, na Casa da Cultura de Paredes, que se realiza o Seminário “Artes em Madeira, Tradição e Design”, promovido pela autarquia local, no âmbito da Bienal Internacional sobre o tem e que decorre até 15 de novembro. A sessão, que tem entrada gratuita, vai contar com diversos contributos que pretendem dar a conhecer e valorizar as várias vertentes de trabalhar a madeira, desde a investigação até às artes.
O painel de oradores é formado pelo investigador Cristiano Marques, pela artesã Cláudia Marujo, o artista plástico Agostinho Santos, a diretora de marketing e comunicação AIMMP – Associação das Indústrias de Madeira e Mobiliário de Portugal, Maria do Carmo Moreira, o presidente do conselho de administração da Fibromade, Domingos Barros, e o diretor executivo da APIMA – Associação Portuguesa das Indústrias de Mobiliário e Afins, Gualter Morgado. A moderação do seminário está a cargo da diretora do Jornal “As Artes Entre as Letras”, Nassalete Miranda.
Do perfil dos oradores saliente-se que Cristiano Marques, investigador de história local e genealogia com vários artigos publicados, abordará “A Fábrica «A Boa Nova» de Vilela: contributo para o seu estudo”, estabelecimento onde surgiu a industrialização da produção de mobiliário no concelho e que, rapidamente, se afirmou nos mercados nacional e internacional e se tornou uma referência para toda a região.
A artesã Cláudia Marujo, desde cedo desenvolveu um gosto particular pelas artes, sobretudo pela talha e pela escultura sobre madeira, o que a levou a licenciar-se em Conservação e Restauro de Bens Culturais. Na sessão vai debater sobre “Tradição e Inovação – O reinventar da talha”, um assunto onde defende a importância de preservar e salvaguardar uma técnica artística: a arte da Talha, revela a autarquia.
Agostinho Santos, curador das exposições coletivas patentes no Concelho no âmbito da Bienal Internacional das Artes em Madeira, vai dar a sua perspetiva das artes da madeira no mundo artístico. O objetivo é agitar, meditar, refletir e contribuir para se pensar a arte, sendo que a madeira incentiva à criatividade e à imaginação.
A diretora de marketing e comunicação da AIMMP, Maria do Carmo Moreira, irá trazer a sua experiência em projetos do setor empresarial. De acordo com a oradora, a Arte de Trabalhar a Madeira tem vivido um diálogo criativo entre a tradição e a contemporaneidade, ou seja, entre as formas de trabalhar mais artesanais e artísticas e as mais industriais e de escala, criando um território criativo de enorme valor social, económico e ambiental.
O empresário Domingos Barros, com atividade há 40 anos, irá partilhar o seu testemunho sobre a importância da madeira em Paredes, uma vez que é o principal motor de desenvolvimento industrial e, consequentemente, tem um papel crucial no desenvolvimento económico e cultural na região. Para além disso, vai refletir acerca do impacto que a evolução da floresta portuguesa e as alterações nas espécies da madeira disponíveis estão a ter no setor ao longo dos anos.
Para Gualter Morgado, diretor executivo da APIMA, está reservado o tema “vantagens competitivas do mobiliário português”. O orador sublinha que as artes em madeira e o artesanato português representam mais do que técnicas ou ofícios – são expressão viva da nossa identidade cultural. Quando as técnicas ancestrais se fundem com o design contemporâneo, criam-se produtos de elevada exclusividade que destacam Portugal pela sua autenticidade.
Recorde-se que a Bienal Internacional das Artes em Madeira de Paredes celebra as artes e ofícios ligados à madeira. Organizada pelo Município de Paredes, em conjunto com a ASEP- Associação de Empresas de Paredes, esta bienal decorrerá até ao dia 15 de novembro e é uma oportunidade única para explorar a riqueza cultural e o legado artesanal que o Concelho tem preservado e inovado ao longo dos anos.