O PSD Paços de Ferreira propõe uma “discussão para a designação do nome para o novo viaduto sobre o Rio Carvalhosa, que irá servir a cidade de Paços de Ferreira e o concelho”, e recusa o nome de ‘Joaquim Sousa’, tal como foi avançado pela autarquia, que justificou a escolha pelo trabalho que o vereador realizou de “recuperação financeira do município”.

Em comunicado, o PSD acusa a maioria, liderada por Humberto Brito, de ter “tiques autocratas, querendo utilizar o dinheiro de todos nós para se auto homenagearem”, mas Paços de Ferreira “não pode permitir tal atropelo aos mais elementares direitos democráticos e de saber estar na política e na vida”.  

Assim, o maior partido da oposição aponta como “inadmissível e incompreensível a falta de respeito pelas individualidades que fizeram a história do concelho”, defendendo que os nomes a serem propostos “se devam basear em nomes de pessoas com “excecional relevo concelhio, regional, nacional ou até internacional”.

A terminar, o partido sugere o nome ‘Ponte Capital do Móvel’, como forma de valorizar “a indústria e o comércio do mobiliário no concelho”.

Confrontado com estas declarações, o PS começa por dizer que este comunicado demonstra “o grau zero a que o PSD local chegou”, acusando ainda a estrutura partidária laranja, não só de “falta de orientação”, mas de “incapacidade para constituir uma alternativa credível à governação” local.

A maioria apelida ainda este comunicado de extemporâneo, dado que a divulgação do nome foi feita “há mais de dois meses”, aquando o lançamento da primeira pedra da nova ponte e, na altura, “nada foi dito”. Os socialistas ainda ironizam, acrescentando que, para a oposição, “o problema maior do nosso concelho” “é o nome da futura ponte”.

Joaquim Sousa, aquando a cerimónia de lançamento da primeira pedra do futuro viaduto

A concelhia do PS relembra que, esta escolha “pretende homenagear o trabalho de um autarca, Joaquim Sousa, responsável pela pasta das finanças municipais e que, com um gigantesco esforço e uma dedicação sem precedentes, conseguiu tirar o município da bancarrota sem onerar os cidadãos”. 

Uma recuperação que foi conseguida “sem recurso a aumentos de impostos, com apoios sociais como nunca existiram, a que se juntou um vasto conjunto de investimentos”. O PS apelida este trabalho como “exemplar” e “sem paralelo”, “com enormes impactos na vida de todos os cidadãos e empresas” locais. 

Por outro lado, os socialistas acusam o PSD de só agora “tenha acordado para a necessidade da existência de critérios no âmbito da toponímia, quando não o fizeram durante décadas de governação”.

“O problema do PSD é que, para além da orfandade que atravessa do ponto de vista ideológico e programático, e de um crónico sectarismo, não consegue, 10 anos depois, assumir a responsabilidade por ter destruído as finanças e a credibilidade da Câmara Municipal”, conclui o PS.

Recorde-se que, a primeira pedra do futuro viaduto sobre o Rio Carvalhosa, na Quinta dos Brandões, em Paços de Ferreira, foi lançada recentemente, sendo uma obra orçada em mais de um milhão e 600 mil euros e com um prazo de execução de dez meses. Deve estar concluída no início do próximo ano.

A novo viaduto surge no âmbito de uma candidatura ao abrigo do Programa Operacional Regional do Norte, comparticipado pelo FEDER, o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, e insere-se no Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU), cuja finalidade de investimento se foca na adoção de medidas destinadas a melhorar o ambiente urbano, a revitalizar as cidades, recuperar e descontaminar zonas industriais abandonadas, incluindo zonas de reconversão, a reduzir a poluição do ar e a promover medidas de redução de ruído.