O Orçamento de Estado para o ano que se avizinha resulta de um difícil exercício que procurou conciliar o exigente cenário do estado atual da economia mundial e, por arrasto, do contexto nacional, com a ambição de um Governo que já nos mostrou que não se resigna perante as dificuldades e que é capaz de mobilizar a resiliência de um país para fazer a diferença.

Desde logo, encontramos um contraste abismal na forma como se olhou para a atual crise e se desenhou a estratégia para inverter um clico negativo e imprevisível, condicionado por uma pandemia que não avisou para o que vinha, relativamente ao que se fez no passado recente. Se é verdade que, no momento em que se exigia que o foco estivesse no controlo sanitário, o nosso Governo respondeu afirmativamente, antecipando e estabilizando uma evolução que a maioria dos países não conseguiu travar, e no qual contou com o comportamento exemplar dos portugueses, não menos efetivo é que quando Portugal precisou de coragem e de um Estado que afirmasse a sua função de proteção, uma vez mais contamos com uma visão de oportunidade e de combate à resignação, não abdicando da estimulação e crescimento que são determinantes para a tão desejada recuperação económica.

É essa determinação que domina o documento com as intenções estratégicas para o ano de 2021 e que já tinha sido notória no Plano de Recuperação e Resiliência, que demonstra que o país tem um caminho bem definido. Quando o medo e a hesitação poderiam condicionar as expetativas para o futuro, o país vai responder com um plano de investimentos responsável que servirá de motor para os diversos setores. Será assim em áreas decisivas para o nosso país, como é a saúde, a habitação e as infraestruturas, onde se destaca a ferrovia e os nossos portos, como estruturas de grande impacto para o desenvolvimento económico das regiões e do país por um todo.

O trajeto mais fácil seria, com certeza, deixar o país mergulhar na austeridade, submetendo os portugueses a um esforço que se revelaria verdadeiramente nefasto. Felizmente, quem nos governa pensa de forma diferente e já provou que é possível ter alternativa. Resta-nos acompanhar esta ambição e cada um dos portugueses contribuir para que esta missão tenha o sucesso a que está destinada.